Há muito que conheço Tércia Lêda, e desde sempre ela foi extremamente
combativa, lutando sempre o bom combate. O bom combate, aquele onde as
pessoas buscam de maneira honesta a justiça na sua forma que se
evidencia na bondade. O outro lado, luta numa guerra que desmerece a
natureza humana onde a busca de uma sociedade igualitária não é de forma
alguma percebida.
Vi recentemente minha amiga Lêda, nos dias que
talvez se configurem nos mais dramáticos em sua vida, senão mais
dramáticos que a própria vida que nunca lhe foi fácil. Ela me dizia que
estava “deixando” a secretaria de saúde ao mesmo tempo trazia em si uma
felicidade pelo trabalho desenvolvido ao longo de um ano de intensa
luta. Aquilo me causou extrema surpresa. Porém, nem ela mesma sabia o
motivo de sua saída. E isso tudo justifica minhas palavras iniciais
neste texto.
Lêda trouxe um norte à secretaria municipal de saúde
que se pautou tão somente nos princípios elencados pelo próprio SUS:
universalidade, equidade, integralidade, descentralização,
resolutividade, regionalização e hierarquização e participação popular.
Desfez a imagem atrelada a secretaria de saúde que se pautava aos
olhares estranhos ao próprio sistema do uso dos serviços públicos em
saúde como moeda eleitoreira, onde se utilizava os serviços oferecidos
como favor dos caciques (ou dos próprios índios) – políticos medonhos
dos nossos Currais.
Nós, pobres mortais, vivemos sob a sombra da
exploração nos mais distintos momentos de vida por parte destes senhores
e senhoras do poder. As máscaras de sorrisos fáceis e falsos haverá um
dia de cair por terra. Lêda trouxe o contraponto, o diferente, enfim, o
honesto nas práticas todas que se precisa ter quando lidamos com o que é
público. Lêda foi exceção, não regra as práticas desonestas que se
verifica nos meandros do poder.
Não há nela uma perfeição, nem
trago isso no que proponho aqui. Há o sonho que se consubstancia pelo
que lhe é inerente: a ideia de transformar as práticas administrativas
em atos com reflexo social perceptível. O caminho foi iniciado, outro
haverá de dar continuidade ao mesmo, no caso o atual vice-prefeito João Gustavo, sendo assim, acredito que
o caminho continue. Porém, até quando?
Ainda, certamente, haverá
aqueles que continuarão explorando os necessitados de uma consciência
profunda de política – não a política das bandeiras, mas aquela que se
constrói pela necessidade de uma sociedade justa (Lêda trazia isso em
si). Haverá os que lutarão numa guerra suja de desejos de poder, aqueles
que ainda tentarão dificultar os caminhos que talvez agora seja
percorrido por João Gustavo e seus colaboradores. João é amigo de Lêda e
sabe do trabalho construído em um ano que ela esteve a frente da
secretaria de saúde e que está para além de décadas do que não se fez
pela saúde de cada uma destas pessoas de dentro dos Currais.
Os
outros espreitam por entre os corredores do poder. Estão sempre
presentes nas reuniões de gabinete, sempre sorrindo, sempre dizendo que
fez o que nunca faz, sempre com suas pseudo auras de bondade, sempre os
mesmos de sempre – hora juntos com uns, hora juntos com outros que antes
lhes eram adversários ferrenhos. Porém, com a mesma fome de poder de
sempre. Eis os Alves, Maias, Rosados e os nossos sobrenomes próprios de
dentro dos Currais que não me deixam mentir.
Lêda nos deixa na
secretaria de saúde um legado de possibilidade de se caminhar nas searas
da honestidade e nas possibilidades de sempre se fazer mais por quem
mais necessita. A Lêda, um grande abraço e o sentimento de regozijo pelo
trabalho de pura competência, honestidade e, acima de tudo, humanidade
no espaço de um ano a frente da secretaria municipal de saúde. A João
Gustavo os votos de um caminhar fortalecido pelos desejos de
continuidade ao que já foi implantado e pelo que ainda virá de bom a
partir do pensamento e conhecimento de Lêda, que deixa um legado de
vitória sobre os que tentam desencaminhar as transformações que seguem
nos distintos espaços do nosso país e que não deixam nem os Currais de
fora.
Por Paulo Gomes
Por Paulo Gomes
Amigo João Antônio como sempre lúcido e de uma inteligência impar.Corroboro todas as suas palavras em gênero,número e grau.José Almir Amaral do Rêgo.
ResponderExcluir