quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
TEATRO DOS CURRAIS
A produção cultural em Currais Novos carece de consistência, isso ocorre, principalmente, pela falta de sincronia do poder público com o movimento civil. O trabalho artístico produzido pela comunidade não tem continuidade, pois não se tem políticas de apoio para isso acontecer. Um exemplo foi o movimento de teatro de rua na década de 80 e início de 90. Grupos de teatros invadiram os recantos da cidade para levarem a arte a população que, muitas vezes, os recebiam com espanto. Nesse momento, a experiência de teatro desenvolvida, aqui, tinha uma peculiaridade importante: o despojamento dos exageros teatrais, fato que se justificava pela base de interpretação adotada: Stanislavski (falecido em 1938), ator, diretor, pedagogo e escritor russo.
Podemos perceber a atualização e a relevância do trabalho de teatro desenvolvido nesse momento, principalmente, pelo grupo Boca de Rua, pois foi na década de 80 que estava começando a se propagar os métodos e técnicas de preparação e interpretação do ator desenvolvido por Constantin Stanislavski, através do curso de teatro do Departamento de Artes da UFRN e do diretor de teatro Carlos Nereu, que dirigiu várias peças no cenário cultural de Natal nesse período.
O grupo Boca de Rua mantinha-se por teimosia movida pelo idealismo de seus componentes, entre eles destacamos Jefferson Fernandes. A falta de uma sede e recursos para montar os espetáculos era um problema crônico e superável até certo ponto. É sabido que quando as adversidades aumentam é comum a impossibilidade de continuidade dos projetos culturais. Essa é uma história conhecida, já repetida em versos, que acontece em todas iniciativas artísticas em nossa cidade. Essa fragilidade de produção seria superada se tivesse apoio, que se daria pelo poder público, por ser público. Afinal o conhecimento produzido pelo movimento artístico não é um bem significativo para nossa cultura e importante para cidade?
O resultado: o Boca de Rua foi desfeito, Currais Novos passou quase uma década sem grupos de teatro produzindo. Stanislavski foi esquecido. Para, em fim, surgisse a febre dos autos religiosos, propagando o espetaculoso, o teatral, o exagero ao extremo o oposto ao que se semeou na década de 80 e 90. A pergunta é: em que ganhamos? Como recuperar o tempo perdido? Isso só se daria se o poder público mudasse sua postura, o que não acontece, ela se reproduz a cada gestão, in perpetuum. Precisamos tomar a Bastilha ou, quem sabe, o armazém do curral!
Fotos: acervo de Elisabete Vinas
sábado, 15 de fevereiro de 2014
IMAGENS DO ESPETÁCULO "ERA UMA VEZ O PALHAÇO"
O Grupo de Arte Espírita SEMENTES, da cidade de Mossoró, abriu a temporada de espetáculos teatrais no Espaço Avoante de Cultura em 2014. O bom público que compareceu ao Avoante na noite deste sábado se divertiu e refletiu com a peça "ERA UMA VEZ O PALHAÇO", que apresentou a história de três palhaços desencarnados e atrapalhados que voltam ao plano material para ajudar alguns artistas de circo encarnados a enfrentarem situações difíceis que envolvem dívidas reencarnatórias. Mesmo sendo uma peça espírita, o espetáculo encantou e emocionou o público de vários credos e idades que compareceu ao Espaço Avoante.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
"ERA UMA VEZ O PALHAÇO", A ARTE ESPÍRITA NO AVOANTE
A arte espírita tem se destacado ante o modelo predominante de arte em que o interesse monetário prevalece sobre os valores éticos e morais. Ela traz um olhar diferenciado com informações mais abrangentes que permite entendimentos que explicam a necessidade de posturas responsáveis face a vida. Segundo Léon Dénis no livro O Espiritismos na Arte "O Espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites. A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições da vida no além, a revelação que ele nos traz das leis superiores da harmonia e de beleza que regem o universo, vem oferecer aos nossos pensadores e artistas inesgotáveis temas de inspiração"
O Grupo de Arte Espírita Sementes de Mossoró/RN tem como referencial para sua produção a mensagem e os valores da doutrina filosofica espírita. O espetáculo "Era uma Vez o Palhaço" toma como tema a existência e sobrevivência do espírito, a reencarnação e as implicações nas relações entre o mundo invisível e material para contar com alegria e humor a história de dois palhaços encarnados que passam por situações difíceis. Tudo acontece num picadeiro, o plano espiritual interage na situação vivida pelos dois personagens ajudando-os a superarem o problema oriundo de resgates reencarnatórios.
O Espaço Avoante de Cultura convida a todos que se interessam pelos valores éticos deixado por Cristo, que são de extrema importância para os nossos dias, a assistir o espetáculo "Era uma Vez o Palhaço" às 19h 30min dia 15 de fevereiro.
O evento é uma realização da Associação Avoante de Cultura, NESL - Núcleo Espírita Seara de Luz e CRES II- Comissão Regional Espírita do Seridó II
O evento é uma realização da Associação Avoante de Cultura, NESL - Núcleo Espírita Seara de Luz e CRES II- Comissão Regional Espírita do Seridó II
Sejam bem vindos!
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
ESPETÁCULO "ERA UMA VEZ O PALHAÇO"
O espetáculo "Era Uma Vez o Palhaço" do Grupo de Arte Espírita Sementes" de Mossoró/RN tem como ambiente um picadeiro, onde acontece a alternância dos planos material e espiritual. Trata da intervenção de três palhaços desencarnados que procuram ajudar dois outros palhaços que estão passando por experiências difíceis advindas de resgates de natureza reencarnatórias. A história é contada com alegria e humor e aborda assuntos como a existência e sobrevivência do espírito, reencarnação, obsessão e o perdão.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
O LEGADO DE TÉRCIA LÊDA
Há muito que conheço Tércia Lêda, e desde sempre ela foi extremamente
combativa, lutando sempre o bom combate. O bom combate, aquele onde as
pessoas buscam de maneira honesta a justiça na sua forma que se
evidencia na bondade. O outro lado, luta numa guerra que desmerece a
natureza humana onde a busca de uma sociedade igualitária não é de forma
alguma percebida.
Vi recentemente minha amiga Lêda, nos dias que
talvez se configurem nos mais dramáticos em sua vida, senão mais
dramáticos que a própria vida que nunca lhe foi fácil. Ela me dizia que
estava “deixando” a secretaria de saúde ao mesmo tempo trazia em si uma
felicidade pelo trabalho desenvolvido ao longo de um ano de intensa
luta. Aquilo me causou extrema surpresa. Porém, nem ela mesma sabia o
motivo de sua saída. E isso tudo justifica minhas palavras iniciais
neste texto.
Lêda trouxe um norte à secretaria municipal de saúde
que se pautou tão somente nos princípios elencados pelo próprio SUS:
universalidade, equidade, integralidade, descentralização,
resolutividade, regionalização e hierarquização e participação popular.
Desfez a imagem atrelada a secretaria de saúde que se pautava aos
olhares estranhos ao próprio sistema do uso dos serviços públicos em
saúde como moeda eleitoreira, onde se utilizava os serviços oferecidos
como favor dos caciques (ou dos próprios índios) – políticos medonhos
dos nossos Currais.
Nós, pobres mortais, vivemos sob a sombra da
exploração nos mais distintos momentos de vida por parte destes senhores
e senhoras do poder. As máscaras de sorrisos fáceis e falsos haverá um
dia de cair por terra. Lêda trouxe o contraponto, o diferente, enfim, o
honesto nas práticas todas que se precisa ter quando lidamos com o que é
público. Lêda foi exceção, não regra as práticas desonestas que se
verifica nos meandros do poder.
Não há nela uma perfeição, nem
trago isso no que proponho aqui. Há o sonho que se consubstancia pelo
que lhe é inerente: a ideia de transformar as práticas administrativas
em atos com reflexo social perceptível. O caminho foi iniciado, outro
haverá de dar continuidade ao mesmo, no caso o atual vice-prefeito João Gustavo, sendo assim, acredito que
o caminho continue. Porém, até quando?
Ainda, certamente, haverá
aqueles que continuarão explorando os necessitados de uma consciência
profunda de política – não a política das bandeiras, mas aquela que se
constrói pela necessidade de uma sociedade justa (Lêda trazia isso em
si). Haverá os que lutarão numa guerra suja de desejos de poder, aqueles
que ainda tentarão dificultar os caminhos que talvez agora seja
percorrido por João Gustavo e seus colaboradores. João é amigo de Lêda e
sabe do trabalho construído em um ano que ela esteve a frente da
secretaria de saúde e que está para além de décadas do que não se fez
pela saúde de cada uma destas pessoas de dentro dos Currais.
Os
outros espreitam por entre os corredores do poder. Estão sempre
presentes nas reuniões de gabinete, sempre sorrindo, sempre dizendo que
fez o que nunca faz, sempre com suas pseudo auras de bondade, sempre os
mesmos de sempre – hora juntos com uns, hora juntos com outros que antes
lhes eram adversários ferrenhos. Porém, com a mesma fome de poder de
sempre. Eis os Alves, Maias, Rosados e os nossos sobrenomes próprios de
dentro dos Currais que não me deixam mentir.
Lêda nos deixa na
secretaria de saúde um legado de possibilidade de se caminhar nas searas
da honestidade e nas possibilidades de sempre se fazer mais por quem
mais necessita. A Lêda, um grande abraço e o sentimento de regozijo pelo
trabalho de pura competência, honestidade e, acima de tudo, humanidade
no espaço de um ano a frente da secretaria municipal de saúde. A João
Gustavo os votos de um caminhar fortalecido pelos desejos de
continuidade ao que já foi implantado e pelo que ainda virá de bom a
partir do pensamento e conhecimento de Lêda, que deixa um legado de
vitória sobre os que tentam desencaminhar as transformações que seguem
nos distintos espaços do nosso país e que não deixam nem os Currais de
fora.
Por Paulo Gomes
Por Paulo Gomes
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
sábado, 1 de fevereiro de 2014
A POLÍTICA DOS CURRAIS, A EXONERAÇÃO DA SECRETÁRIA DE SAÚDE TÉRCIA LÊDA
Para conhecimento
de todos Tércia Lêda já está dando expediente no hospital universitário em
Santa Cruz, instituição que a capacitou com o conhecimento profundo sobre o
SUS. Para
sua saída da secretaria de saúde não existe um motivo plausível, restando as conjecturas
e especulações. Tércia Lêda se
destacou pelo trabalho técnico voltado para a implantação do SUS como realmente deve ser,
o que incluiu o município em vários projetos federais, sendo reconhecida pela sua
eficiência e conhecimento técnico do Sistema Único de Saúde. Resta-nos uma
pergunta: por que retirá-la se o seu trabalho frente à secretaria é respaldado
pelos funcionários públicos e comunidade? Encontrar essa resposta para além da
fantasia, que é o que o discurso oficial vai se valer, é um desafio.
Era notória a oposição ao seu
trabalho, a líder de governo chegou a fazer críticas no plenário
da câmara a secretária, reação nítida dos políticos tradicionais inconformados
por não dispor mais da secretaria de saúde como recurso eleitoreiro. Por este
caminho se seguiu sucessivas investidas: apagão na secretaria de saúde, boicotes
e as exonerações de assessores mais próximos sob a alegação de corte de despesa,
baseado na esdrúxula argumentação que
havia se gastado mais do que devia, linha de pensamento que não se sustenta, pois
todos os pedidos de gastos dos secretários têm que passar pela aprovação das
finanças e a assinatura do prefeito. Tal entendimento, tornando-se regra e se
estendendo a toda administração, levaria o prefeito a se afastar compulsoriamente.
Qual então o
motivo? Essa pergunta alguns destemidos filiados do PT, me incluo, fizeram em
reunião do referido partido, assim como toda comunidade a fará, sem resposta, mesmo assim a
maioria presente optou na continuidade do apoio a administração pública
municipal, tal fato deve levar em consideração que o PT local é comandado pelo
grupo de Odon, desde o afastamento do Dr. Mário Lourenço e de outras lideranças.
Depois de acirrado
debate, se confirmou o nome João Gustavo (PT), indicado pelo prefeito, para dar continuidade ao trabalho de Tércia e
o de Ronaldo Gomes (presidente do PT) para assumir a Fundação Cultural José
Bezerra Gomes, que será desmembrada da secretaria de Turismo, resultado que corresponde
a programação do grupo majoritário que domina o referido partido. O PT perdeu a
oportunidade de tomar outra trajetória, sair da horizontalidade submissa de
bons moços, de perceber o quanto estão sendo usados pela máquina administrativa
desde o período do governo do prefeito Zé Lins.
Lêda, mesmo
na adversidade, conseguiu com heroísmo implantar reformas profundas nunca
vistas na área da saúde aqui no município. Sua postura, técnica e ética, era
tão combatida que quem a defendia era a oposição diante da omissão da situação
que visava unicamente se apossar da secretaria de saúde para trampolim
eleitoral. O menos mal dessa história é que João Gustavo vai para o sacrifício,
dar sequência a política implantada por Lêda, mas não esquecendo que nossa
secretária, teve uma história singular, sua infância foi nas casas de taipa recobertas
de palha na mineração Tomaz Salustino, lugar escondido para não estar a vista
as condições “dignas” dadas aos mineiros, estudou em escola pública, na
juventude participou de grupos religiosos, conheceu a teologia da libertação, fez
UFRN, trabalha em hospital dessa mesma instituição e militou na construção do
PT em Currais Novos, esse é o diferencial que a tornou capaz e sensível para
ter confiança em contrariar as autoridades políticas tradicionais, dizer sim, sim, não,
não, (uma afronta) sempre baseado em conhecimento e convicções profundas. Cabe a todo administrador
o amadurecimento suficiente, aprender a conviver com ideias diferentes, principalmente
quando elas se respaldam em eficiência, como as posturas de Lêda, esquecendo o
orgulho oriundo da condição pessoal, cunhada no personalismo das tradições
culturais do coronelismo, achar que é proprietário dos Currais.
J. A.
J. A.
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