Na II
Conferência Municipal de Cultura de Currais Novos, realizada no último
dia 10 de julho, a Associação Avoante de Cultura se fez representar em
um dos eixos temáticos do evento, que tinha por objetivo indicar
propostas para o fortalecimento e a democratização da cultura nos
âmbitos municipal, estadual e nacional. Somente no âmbito municipal do
eixo “Cidadania e Direitos Culturais”, composto por produtores culturais
da cidade, saíram 12 propostas no sentido do fortalecimento e
democratização da cultura local. A partir de suas experiências, os
componentes do eixo indicaram proposições que de um modo geral apontaram
a necessidade de se identificar, estimular e difundir nossa diversidade
cultural, por meio da criação de espaços físicos e simbólicos que
possibilitem a valorização e o acesso, a produtores culturais e ao
público, aos nossos bens culturais em toda sua diversidade. Nesse ponto
nos deparamos com uma fundamental questão: qual seria nossa identidade
cultural e, por conseguinte, que diversidade ela apresentaria? Se
pensarmos nas experiências de produtores culturais locais, a exemplo de
violeiros, poetas, atores, brincantes, músicos e de grupos organizados
como o Casarão de Poesia e a Associação Avoante de Cultura, vemos sim
uma experiência que visa contemplar uma diversidade cultural, seja ela
literária, cênica, plástica ou musical. Mas, e quando olhamos para os
espaços (de poder) historicamente mais prestigiados em Currais Novos, o
que percebemos? Que em nosso extenso e badalado calendário festivo, ao
invés de se contemplar uma diversidade cultural, o que predomina é uma
cultura de massa, com pouco espaço para a diversidade local. Dessa
forma, podemos vislumbrar que, para uma mudança efetiva em nosso cenário
cultural, se apresenta a necessidade da superação de certas estruturas
sociais e espaços de poder, tão cristalizados em nossa realidade.
Vislumbra-se também que a experiência de democratização e diversidade
será encontrada em nossos movimentos cultuais.
Eidson Miguel
Eidson Miguel
Concordo plenamente Eidson Miguel, necessitamos de uma espaço coletivo, digno e adequado para realização de exposições de arte. E antes de tudo, uma consciência abrangente desta e de sua capacidade transformadora. Parece-me uma luta constante e antiga de tentar incutir nas pessoas essa mentalidade, pois sabemos que é lento e árduo o processo de mudança, porém a cada ação nesse sentido estimulada e valorizada é um caminhar para outra realidade.
ResponderExcluirIlka Pimenta.