Nós vivemos em função de corresponder sempre às expectativas criadas pela sociedade. Estruturamos nossos dias, as atividades cotidianas e procuramos satisfazê-las em razão das exigências sociais.
Se
nós vamos ao mercado comprar qualquer coisa, nossa atenção fica atenta a
somente adquirir a mercadoria, como se todo o trajeto não passasse de
uma simples tentativa para atender um objetivo.
Esta atitude
reflete os condicionamentos impostos pela sociedade que considera os
resultados finais das ações praticadas no mundo como a maneira de
avaliar o sucesso da vida.
Obter um diploma, por exemplo, é
importante, assim como ganhar uma competição, cumprir uma
agenda, conquistar qualquer coisa, a vida está ritmada segundo os
desejos que esperam ser atendidos, o seu sucesso está relacionado ao
que se pode realizar. O germe dessa ideia se acha no racionalismo
ocidental semeado em nossa sociedade.
Há algum tempo um grupo
de amigos foram a um determinado lugar no campo para passar um fim de semana, na chegada,
então, é convidado para um passeio: ir a uma mina abandonada. O
anfitrião seguiu com o grupo na mata, depois de muito tempo, ele revelou
que não se lembrava mais do caminho.
Em vista do senso comum,
esta situação é uma frustração, uma vez que o tempo vivido nesse evento perdeu o seu
sentido. No entanto, a vida não acontece em saltos, não é feita pelos
momentos estáticos, ao contrário, é ininterrupta, todos os momentos
fazem parte da nossa experiência de vida.
Nossas atividades diárias são
automatizadas, enquanto os pensamentos, livres, ocupam-se de projetar
expectativas futuras. Portanto, dificilmente sentimos o que estamos fazendo, a
nossa mente está sempre repleta de sons que não fazem parte do momento vivido.
É preciso esvaziá-la e se
conectar com aqui, vivê-la, senti-la em toda sua totalidade e quando
conseguirmos respeitar essa diretriz, a vida se torna verdadeira realização. A
performance de resultado não será mais a detentora do critério do viver, não restringirá
a experiência do indivíduo, permitindo, assim, surgir o contentamento. O sentimento
de vazio perderá o sentido, a vida torna-se plena, pois a ela nos conectamos e
todo instante vivido passa a ter valor.
que mostra o protagonista Dan Millman (Scott Mechlowicz), ginasta talentoso, diante de uma experiência que contraria o ideário construído para sua vida. Com apoio do misterioso Sócrates (Nick Nolte), desperta para importantes conhecimentos que o leva a ampliar sua relação com a vida. Retirando alguns clichês de filmes de lutas marciais, o filme contribui para algumas reflexões a respeito do modo como nos adaptamos aos presupostos do mundo material.