Mascarar a realidade é
um recurso apropriado para os que se julgam detentores da eficiência. Quando administram
uma cidade os donos da razão se fecham no universo de sua equipe, limitando o
contato com a população a não ser para inaugurar obras. Passando então a se nutrir
da capacidade de leitura da realidade do seu grupo de trabalho, assessores, seus iguais, que postulam a
mesma visão, impressões e entendimentos. Temos, então, o
político onipotente e onisciente de birô. Colaborando com isso, encontramos as peças
publicitárias sobre o trabalho realizado que cria uma ilusão de eficiência que
precisa convencer a todos, a defesa do caminho correto que estão seguindo. O
discurso quando é competente passa-se a acreditar, reforçando o distanciamento
do gestor com a realidade. O único antídoto para essa mazela é a participação popular,
quando bem trabalhada, democraticamente, possibilita avaliação de ações e
aponta necessidades não priorizadas.
Num sistema político
viciado como o nosso, em que o ranço do coronelismo ainda se manifesta através
dos grupos familiares, reforçando o personalismo, um governo que saiba escutar
a população está distante. Essa prática permite a transparência dos serviços e
a possibilidade dos munícipes construírem juntos a administração pública, reconhecendo-se
como co-autores dos rumos a serem tomados. Essa consonância deve ser adotada cedo ou
tarde, pois democracia requer participação popular e a humanidade avança,
cobrando posturas mais éticas.
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