A marca de uma prefeitura é um símbolo que deve representar um
sentimento a respeito de um dado município. É comum recorrer aos profissionais
do mercado para criá-la, uma atitude condizente com os padrões atuais
administrativos. Geralmente, recorrem-se as agências de publicidades fora do
município, um profissional distante da realidade vivida, que por não conhecê-la
solicita alguns símbolos, informações, para utilizar no processo de criação. Em
alguns casos, outro componente se insere como determinante para se chegar ao
resultado final: “Fazer qualquer coisa, afinal trata de uns coitados que vivem
lá no interior do Estado.” Gostaria de estar enganado.
Uma coisa que me intriga é subestimar a capacidade criativa
de nossa gente, principalmente dos artistas plásticos de nossa cidade. Será que
nós não somos capazes de criar uma logo marca? Será que passamos todo esse
tempo ensinando desenho, pintura, escultura aos nossos jovens em vão? Será que os
nossos profissionais não apresentariam outras propostas melhores, propostas que
expressassem mais fielmente a alma do nosso povo. Onde está a dificuldade de
saber que o artista plástico, daqui, é um profissional?
Isso nos leva a crer que a cidade não se conhece e não
valoriza seu potencial criativo e humano. Um fosso enorme entre as classes
sociais em Currais Novos, criado ao longo de sua história permitiu essa
divisão. Uma cidade sem unidade, em que os referenciais que aferem valores do que é bom ficam circunscritas a uma
classe, uma elite abastarda que domina a política e que se espelha, como
narciso, em modelos externos, pois o bom e o melhor não se encontra aqui, devido
a uma mono ideia que subjaz em suas mentes: se nós, os “ricos”, não somos
capazes imaginem os pobres.
Acredito que essas marcas combinam com nossa cidade.
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