Trecho: “O
Gatinho Maracajá Sambudo na "cova" do leão”
16 Então o rei mercador deu ordem, e
trouxeram o Gatinho Maracajá Sambudo para junto do leão para ocupar o mesmo
espaço, devido à contenção de despesas no seu reino. Ora, disse o rei ao Gato: Não
temas, vocês são da família dos felídeos, logo, se entendem, compartilhem o que vocês têm em
comum.
17 E a porta foi fechada; e o rei a selou com o seu anel
e com o anel dos seus grandes, para que no tocante ao Gatinho Maracajá Sambudo nada
se mudasse.
18 Depois o rei se dirigiu
para o seu palácio, e passou a noite em jejum fazendo cálculos; e não foram
trazidos à sua presença instrumentos de música, nem bailarinas, nem foi feitas
performances poéticas, os artistas tinham mais o que fazer, e foi quando
percebeu que fugiu dele o sono e outros atributos.
19 Então o rei, descompassado, ao romper do dia foi com
pressa à cova do leão.
20 E, chegando-se à cova, chamou pelo Gato Maracajá
Sambudo com voz triste; e disse o rei ao Gato: Ó Gato, servo da Cultura, a quem
tu continuamente serves, tenha podido livrar-te do leão? Xanim, xanim. Vem cá
eu não vou te machucar mais.
21 Então o rei entristeceu, nenhum miado se fez ouvir.
Sua vida, então, emudeceu, perdeu o sentido
humano, de olho teso nos cálculos, no quantitativo dos números ao
infinito.
22
Sentia falta dos músicos, da literatura, enfim, da arte, mas não sabia porque.
Esta equação não conseguia resolver, o rei mercador não percebia o erro que
cometeu na subtração feita na qualidade de vida.
João Antonio Macambira
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