quarta-feira, 14 de novembro de 2012

URBANIZAÇÃO


LABIRINTO URBANO
As ruas são a grafia de uma cidade. A forma como elas se organizam,como são distribuídas descrevem o pensamento da comunidade.Observando o município de Currais Novos/RN, percebe-se uma recorrência de ruas interrompidas, boa parte delas não levam a lugares distantes. Experimente sair da rodoviária, atravesse o bairro de Santa Maria Gorette em direção ao ginásio “Agenor Maria”, antigo Geraldão”, é inviável o trajeto,  só os Minotauros, que se identificam com os labirintos, achariam bom. Criaturas essas que não deixam de ter lá uma ligação com os Currais, afinal eram monstros meio homem, meio touro. Ah! Mas tudo isso pode ter uma explicação. Recuemos no tempo, década de trinta, século passado, quando José Bezerra Gomes no romance Os Brutos se referiu à Rua do Aterro, a periferia da época, local restrito a indigência ou diligência sexual, onde os pobres, trabalhadores se amontoavam ao improviso em casas, geralmente de taipa. Entregues ao acaso subiam os lajeiros, lugares íngremes, certamente desagradáveis para a elite local. Mas isso, em parte, não justifica, pois a comunidade não se restringe só aos seus governantes. Eles são elevados a essa condição de representantes,
o que não os tornam onipotentes, isso ocorre quando a população
adota uma postura passiva com relação ao papel reivindicatório e
participativo na construção da sociedade. Os desmandos, os
descasos, os rumos tortos, são resultado de um movimento que é
outorgado por uma maioria que exerce suas obrigações eleitorais.
Desse modo, como entender que uma avenida como a Teotônio
Freire seja interrompida, já que poderia ser uma via de trânsito rápido, favorecendo o deslocamento de forma mais racional?!
Essa recorrência aponta para um comportamento, como encará-lo de frente? É uma questão para uma terapia comunitária ou internamento compulsório? Por que essa mania de interromper o fluxo, quando se pode ir além?
O que eu sei, é que num labirinto que se preze, seus percursos devem ser suficientemente intrincados, com a intenção de desorientar quem os percorre. Seria esse o verdadeiro objetivo?

Por: João Antonio
O AVOACEIRO 01

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