SEGUE HQ INSPIRA NA MÚSICA "GENI"
COMENTÁRIO:
Apesar
da história registrar a separação da igreja do Estado, ainda estamos esperando chegar
nos currais esse dia auspicioso. A esse Estado dá-se o nome de laico que trata
seus cidadãos por igual, garante a liberdade religiosa e filosófica se
resguardando do controle e a interferência religiosa em questões de controle político.
É
evidente o trato que o poder local dispensa a religião dominante, percebido nos
discursos religiosos vigentes. Sendo notória, tambem, a distribuição de cargos administrativos
aos seus representantes, configurando-se, desse modo, em incubadora de grupo
político local.
No
cerne da questão está a ilusão do poder: religiões e grupos políticos, que no
nosso município são representados por grupos familiares, impõem-se como absolutos.
Como ilustração dessa realidade, ainda ecoa na minha memória um refrão cantado
em procissão que dizia: “Piriri, piriri, é Sant’Ana em passeata, piriri, piriri
é Sant’Ana ninguém empata”. Quantas festas do agricultor vimos alas de
políticos montados em seus cavalos, ou vice e versa. E a Festa de Santana? Quem
não já se incomodou com os sermões religiosos recheados de orientação política?
Desse
modo, “Trilha Sonora”, HQ de 2001, baseada na música “Geni e o Zepelim” de
Chico Buarque de Holanda, ainda não saiu das top 10 do momento, tendo em vista
que a abordagem a respeito do Estado/religião ainda causa controvérsias nos dias
atuais. A sociedade aturde-se às forças espúrias oriundas das oligarquias
coronelistas que maculam os princípios de democracia. Lembrando que o Estado
laico nasceu com a revolução francesa com o ideário de “liberdade, igualdade e
fraternidade” no século XVIII. Conceitos que são, em tese, defendidas pelas
religiões, repositório da moral e dos costumes sociais, mas em sua grande
maioria, na prática, não os aplicam.
A constituição
brasileira faz menção a Deus, contempla princípio de ordem transcendental e
valores moral, conjugando-se com as tradições religiosas. O Estado, portanto, deve
ser conduzido em uma relação de harmonia entre as partes, baseado na probidade e
na justiça combatendo a intolerância, exploração e a corrupção. Sentido que não
encontra ressonância com as posturas
política/oligárquica/religiosas local.
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