segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

TRADIÇÃO, UMA QUESTÃO DE MERCADO



O muro que divide o Seridó em oriental e ocidental se deve à gravidade dos polos que se concentram em duas cidades: Caicó e Currais Novos, que atraíram para si a hegemonia comercial das cidades em volta. Caicó, a matriarca do Seridó, por volta de 1788 já era município  e Currais Novos foi elevada a condição de cidade em 1920, precocemente teve seu impulso desenvolvimentista no século passado, no período da segunda guerra mundial. A primeira ainda possui o mercado antigo, símbolo de desenvolvimento econômico, a outra em seu lugar ergueu uma praça em homenagem ao empresário de mineração que alimentou a circulação de capital no município.

Aparentemente existe uma diferença, mas se nos detivermos na causa ela diminui consideravelmente. Hoje, em Caicó, vemos uma pujante modernidade no centro comercial, em nome do desenvolvimento econômico casarões seculares são destruídos para dar lugar a modernas lojas e edifícios. Não existe exclusividade nesse roteiro, é a via sacra das cidades, considerando a falta de uma estratégia de conservação do patrimônio arquitetônico. A casa de cultura, casarão antigo, permanece intacto e desprestigiado pela população no sentido de conservação e manutenção, um apêndice que se tem, mas que não se valoriza. Esses contornos são semelhantes e comuns na maioria das cidades que ainda não desenvolveram a consciência de preservação da história.

O tempo de construção da cidade de Caicó facilitou seu núcleo urbano a ter mais espaço para operar a destruição histórica sem alarde, não conseguindo dizimar todo o seu passado, ainda, enquanto em Currais Novos, na metade do século passado, lugarejo pequeno, é tomada por um surto de “modernidade”, à adequação as exigências capitalistas imposta por empresas mineradoras que exigiam estrutura física compatível ao padrão empresarial. Pega de supetão, ainda estava se acostumando a ser cidade e foi violentada, obrigada a dar um salto no tempo. Desprovida de razão se deixou levar pelas sensações prazerosas da modernidade, a cidade se tornou uma sala de visita.

O critério de consciência de conservação movido pelo amor a cidade não basta, isso deve ser revertido em leis que assegurem a permanência desse sentimento em ação. Em Caicó não consta de uma lei de tombamento e em Currais Novos há uma, mas só no papel, no faz de conta que se fosse aplicada iria conservar as últimas construções antigas que resistiram à ignorância do capital.

A Sant’Ana de Queicuó está sentada, sábia, não há pressa e tem muito a tecer no rosário do tempo, já a que está em pé, nos Currais, quer ação, quem sabe abrir as porteiras, mas ambas possuem jóias.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CONTATOS COM ARTISTAS PLÁSTICOS DE CAICÓ




Em visita à cidade de Caicó, membros da Associação Avoante de Cultura aproveitaram para conhecer alguns equipamentos culturais da maior cidade do Seridó potiguar e fortalecer contatos com produtores locais. A Ilha de Santana, a Casa de Cultura, o Mercado e a Casa de Pedra – que abriga atualmente o ateliê dos artistas plásticos Rachel Lúcio, Custódio e Adonai – foram alguns dos locais visitados pela Associação Avoante.

A visita chamou a atenção pela subutilização de alguns importantes equipamentos culturais, principalmente os geridos pelos poderes
públicos – a exemplo das casas de cultura – e pela necessidade de se superar o isolamento cultural verificado no Seridó, buscando um intercâmbio mais acentuado entre os produtores culturais da região. 
Esse contato é uma iniciativa importante, pois faz parte dos objetivos da  Associação Avoante de Cultura, tendo em vista que pouco se conhece da produção cultural no Seridó. As cidades não possuem políticas de integração, cada uma fica restrita ao seu gueto. É necessário conhecer a produção artística do Seridó para podermos auto avaliar-nos e traçar ações que contornem as dificuldades encontradas. 
Percebemos que essa preocupação também ressoa nos artistas de Caicó, portanto, acreditamos que vamos em 2014 tornar mais próxima de nós a cidade de Caicó.
Os artistas plásticos Custódio, Raquel Lúcio, Adonai e João Antonio na Casa de Pedra em Caicó.
Casa de Cultura de Caicó
Visita a Casa de Cultura
Casa de Pedra

sábado, 21 de dezembro de 2013

FOTOS DO ESPETÁCULO "CONTOS, CANTOS E ENCANTOS DO REINO DE PALMERÁ".

Foi apresentado, nesse fim de semana, o espetáculo "Contos, Cantos e Encantos do Reino de Palmerá" em sua terceira temporada no Espaço Avoante de Cultura. A apresentação marca o encerramento da turnê do Grupo Empório Dell'Arte em 2013. Confira as imagens.  







quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

3º TEMPORADA DO ESPETÁCULO "CONTOS, CANTOS E ENCANTOS DO REINO DE PALMERÁ" NO ESPAÇO AVOANTE

Dias 20 e 21 de dezembro, sexta e sábado próximos, o espetáculo "Contos, Cantos e Encantos do Reino de Palmerá", do grupo Empório Dell'arte, voltará ao palco do Espaço Avoante para mais duas apresentações. Vale a pena conferir. 



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

OS CURRAIS NATALINOS

A RESPOSTA MAIS CRIATIVA PARA O BALÃO DO PAPAI NOEL, NA CHARGE QUE SEGUE, GANHARÁ UMA VIAGEM AO PARQUE NATALINO ENTRE AS PRAÇAS CRISTO REI E DESEMBARGADOR TOMAS SALUSTINO - CURRAIS NOVOS, RN.

FOTOS DO PARQUE NATALINO
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Uma avó comenta para o neto enquanto despeja a última gota de  refrigerante de uma garrafa peti num copo: 
"Sinto saudades do tempo em que o Natal, na nossa cidade, era iluminado com anjos, Reis Magos nos camelos, presépio. A praça principal era um convite para comemorar os festejos natalinos. As decorações causavam impacto e ficávamos aguardando-as quando se aproximava dezembro, todas de grande porte, proporcional à cidade. Tudo era cuidado com carinho, pelo menos nesses dias de festa."
Comenta o neto achando entender tudo:
"Vó a senhora é engraçada, Papai Noel não anda de camelo, são as renas que puxam seu trenó."
Vó, irônica:
"Se você depender do trenó do Papai Noel puxado pelas renas nessa seca, coitadinhas! Ainda fico com os camelos dos Reis Magos, são mais resistentes" 

  

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FOTOS DA EXPOSIÇÃO "EXPANSÃO DO OLHAR" NO IVP

Nesta sexta feira foi realizada a exposição "Expansão do Olhar" no Instituto Vivaldo Pereira, com trabalhos de alunos da instituição nas técnicas grafite e óleo sobre tela. Trabalhos de natureza morta, figura humana, além de paisagens compuseram a exposição.  Confira.




Paisagens feitas pelos alunos do IVP com a técnica óleo sobre tela.






Ao lado vemos naturezas mortas em grafite, retratos e resultados da experimentação dos alunos ao criarem novos arranjos, novas figuras a partir de objetos comuns.






O arte educador João Antônio fazendo retratos dos alunos durante a exposição "Expansão do Olhar".






Alunos do IVP visitando a exposição.   

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

EXPOSIÇÃO "EXPANSÃO DO OLHAR"


No dia 13 de dezembro, estará sendo realizada a exposição EXPANSÃO DO OLHAR, nas dependências do Instituto Vivaldo Pereira. Os trabalhos da exposição são o resultado do "Laboratório de Artes Plásticas do IVP", projeto desenvolvido pelo Instituto Vivaldo Pereira em parceria com a Associação Avoante de Cultura. Os desenhos e telas expostos foram produzidos por alunos da referida instituição de ensino, sob orientação do arte-educador João Antônio de Medeiros  Neto. O nome escolhido como título da exposição reflete a preocupação do Laboratório em criar experiências que rompam limites para auto descoberta do ser criador. Os trabalhos que seguem são uma mostra desta intensão, partindo de objetos já estudados em desenho de observação, solicita-se ao aluno que estabeleça arranjos novos, relações que fujam dos padrões conhecidos. Vale a pena conferir!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO




       A ÁRVORE DA SERRA

    - As árvores, meu filho, não têm alma!
    esta árvore me serve de empecilho…
    É preciso cortá-la, pois, meu filho,
    Para que eu tenha uma velhice calma!

    - Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
    Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
    Deus pôs almas nos cedros… no junquilho…
    Esta árvore, meu pai, possui minha alma!…

    - Disse – e ajoelhou-se, numa rogativa:
    “Não mate a árvore, pai, para que eu viva!”
    E quando a árvore, olhando a pátria serra,

    Caiu aos golpes do machado bronco,
    O moço triste se abraçou com o tronco
    E nunca mais se levantou da terra!
                           (Augusto dos Anjos)







O soneto do paraibano Augusto dos Anjos nos faz lembrar de que a identidade cultural de uma comunidade se manifesta através de uma série de aspectos, seja ele histórico, artístico, arquitetônico dentre outros. Inserido neste conjunto, podemos inferir um a que chamaríamos de patrimônio paisagístico. Uma cidade é como um organismo, construído ao longo da nossa história, refletindo os anseios, valores, estágios culturais da sociedade etc. tudo isso está incorporado em nossa vivência, compondo nossa identidade enquanto comunidade. A cidade se molda segundo as necessidades de se viver melhor, procurando tornar-se mais humanizada, deste modo, a relação do ambiente físico e humano deve estar harmonizada para causar bem estar, isso é o que poderíamos entender como patrimônio paisagístico. 


Andando pela Rua Capitão-Mor Galvão nos deparamos com o estado agônico das palmeiras imperiais que fazem parte da paisagem urbana do centro de Currais Novos, a sua existência torna a cidade mais agradável, menos árida, convidativa, além de proporcionar fruição estética, aproximando o homem da sua natureza. Nesse sentido, essas 11 palmeiras inserem-se como elementos de um patrimônio paisagístico de Currais Novos. Apesar de estarmos passando por um período de escassez de água, temos que entender que a morte das palmeiras imperiais da Rua Capitão-Mor acarretaria perdas para o patrimônio paisagístico do município, com impacto na auto-estima da comunidade. 


Faz-se necessário, portanto, que as autoridades competentes sejam sensíveis e encontrem estratégias para enfrentamento do problema. Acreditamos que apesar de existir atualmente um carro pipa para abastecer a zona rural do município, deve-se pensar noutras estratégias para o solucionamento da questão.  

     

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

NOITE DE DANÇA NO AVOANTE

A Associação Avoante de Cultura  a cada dia vai consolidando mais seu papel de fomentadora da arte e da educação em Currais Novos, especialmente através de parcerias com instituições de ensino do município.  Na última terça, 10 de dezembro, o Espaço Avoante foi palco para o espetáculo "Barbie e o Lago dos Cisnes", promovido pelo Centro Integrado de Vivências Educacionais (CIVE). Além do referido espetáculo, o público que compareceu em bom número ao Espaço Avoante ainda pode prestigiar uma série bem eclética de números de dança. Dessa forma, a Associação Avoante segue consolidando seu compromisso com a educação e a cultura de nossa cidade.


domingo, 8 de dezembro de 2013

NOITE ENCANTADA NO AVOANTE



O Espaço Avoante de Cultura foi palco, no último domingo 8 de dezembro, do espetáculo infantil "O Baile das Princesas", durante o festival de dança promovido pelo Balé Ritimus, com crianças das cidades de Currais Novos, Lagoa Nova, São Vicente, Florânia e dos colégios Objetivo e Jesus Menino. O público que lotou as dependências do Espaço Avoante na noite de domingo pode embarcar em uma viagem pelo universo dos principais clássicos infantis da Disney.