quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PAULO GOMES


ENTRE O DESCONHECIMENTO E A INDIFERENÇA.
Uma tentativa de manutenção da vida do nosso pequeno Frankenstein.

Por PAULO GOMES

Não obstante a outras crises que possam ser mais interessantes do que a enfrentada por todos, essencialmente, que usam os serviços do nosso hospital (?) – permitam-me a interrogação; vimo-nos diante de discursos entusiasmados e entusiasmantes de parcela considerável de pessoas que vislumbram a fragmentação do que sempre visualizei como um Frankenstein.
Embora estranhem os sempre bons leitores de péssimas leituras que por vezes construo, é necessário que alguém diga algo contrário ao que ora se propaga pelo universo virtual da internet e pelas rodas de conversa, etc.Nosso pequeno Frankenstein tem suas partes essenciais formadas pela filantropia, as vias do privado e os serviços públicos numa mesma estrutura que nasce decorrente de uma tragédia. Não que esse corpo doente tenha, exatamente, desde o seu princípio tomado essa vertente, porém, que floresceu com o passar dos anos até ter os (des) caminhos assim construídos e que ainda perambula como corpo decomposto em partes, dado a doença avançada do partidarismo mesquinho que torna os caminhos nobres da promoção à saúde em ruas desertas por interesses promíscuos de pessoas que demonstram, na sua essência que, na verdade, os doentes não estão sob internação hospitalar, mas, sim, nos diversos corredores e salas onde os papeis da burocracia e da honestidade questionável sobrepõem-se a coletividade desassistida e desinformada – ou ignorante mesmo.
Acho que aqui há certa angústia em continuar uma leitura descontínua e de qualidade mais que questionável. Entretanto, é necessário retomarmos a ideia perdida no meio do texto do nosso pequeno Frankenstein, que desde os idos de 64 (será que estou certo?) vem consolidando práticasoutrora elogiáveis e reconhecidas em todo o estado do Rio Grande do Norte. Sim, noutro tempo, não muito distante, fomos referência em qualidade no atendimento e na estrutura oferecida. Onde nos desvirtuamos, então?
Para quem não sabe, Frankenstein era um monstro na sua aparência, porém, em sua essência trazia o desejo e as práticas que excediam a própria natureza humana alcançando o almejado pelo próprio homem: humanizar-se – tivemos práticas efetivas de humanização tão preconizada pelas necessidades inerentes ao próprio espaço de promoção da saúde ou do seu restabelecimento.
Temos nós, Hospital Pe. João Maria e Maternidade Ananília Regina e o Hospital Regional Dr. Mariano Coelho uma intrínseca relação mutualística que determina a sobrevivência de um e de outro dentro de relações que possam, efetivamente, promover o bem de todas as suas partes dicotômicas. Essa construção “monstruosa” aos olhos de alguns, diferencia-nos das demais estruturas mantidas essencialmente pelo ente público. Somos o que somos mediante essa construção de pedaços distintos na prática dos serviços em saúde.
Portanto, admiro sim a esse monstro construído sob vários pequenos ou grandes pedaços avulsos e distintos dos seus semelhantes inexistentes. O que precisa ser transformado ou, num paralelo com a própria ideia em si da natureza do que deva ser praticado por esse nosso “pequeno monstro (?)”; o que deve ser curado é a maneira como ele vem sendo conduzido, as práticas administrativas que lhes impõe a falência múltipla de suas partes que já começam a se decompor. E então, ignorantes de plantão, ou qualquer outro que tenha uma visão minimizada pela necessidade perversa de separação para alcançar seus direitos negados – restritos a uma produtividade não paga – não gosto desta parte, é a mais pobre dentro da pobreza do que escrevo; senhores expectadores da tragédia anunciada, venho, objetivamente, dizer-lhes que não é essa relação já descrita aqui como mutualística em onde a sobrevivência do todo se dá pela integração das partes distintas que nos constitui – peço desculpas a todos que não se sintam integrantes desse corpo estruturado de maneira diversa as vontades individuais.
Portanto, não é se federalizando ou municipalizando ou estadualizando e, acima de tudo, condenandoa Fundação Pe. João Maria e Maternidade Ananília Regina por todos os males que nos atormenta, já faz algum tempo, sob os discursos de alguns poucos apedeutas e outros homens cheios de “boa vontade” e de reconhecido conhecimento, que reconstruiremos nosso espaço de transformação de vidas. A percepção de que há um mal em si é diferente do entendimento da apropriação deste mesmo espaço de promoção da saúde em artifício de promoção de benefícios escusos a nossa natureza enquanto instituição.
Mais do que percebermos a saúde plena como uma necessidade humana, é preciso perceber a saúde dos espaços para esta promoção como elementos que são transgredidos pela natureza humana dos interesses de grupos e ou sistemas hediondos que se apropriam do bem comum por suas vaidades de projetos de poder.
A saúde tem sido vista como um caminho a locupletar os descaminhos – sem qualquer acusação infundada a quem quer que seja. Entretanto, as estruturas não sobrevivem por si só, elas são materializadas em suas ações a partir da própria atividade humana que se constituirá no bem necessário ou, por vezes, no mal que destrói os caminhos da humanidade.
Enfim, gosto deste Frankenstein. Os homens e mulheres, sem qualquer generalização, é que adoece suas estruturas internas quando não veem a própria necessidade do bem comum a todos – sem qualquer distinção.
É hora, pois, de cada um de nós, que tenha o mínimo de compromisso com a manutenção da vida, mantermos nosso pequeno Frankenstein em plena atividade pelos infindos anos que ainda será o tempo de sua existência. Digamos não a separação de suas partes e sim a nossa participação efetiva nos seus órgãos constitutivos de gerenciamento.
Precisamos ser atores deste processo e não meramente expectadores da angústia que assola toda uma população que não se restringe, tão somente, ao mero espaço da princesa, porém, a toda uma região. Prefiro ser mártira ser o carrasco que se apropria do discurso de demonização de uma instituição que ao longo de décadas vem prestando serviços de qualidade a um mar de pessoas que dentre estas estão os que acendem a fogueira da destruição e preferem o comodismo do mal ao embate para construção de dias, verdadeiramente, melhores; senão a todos, ao menos, a grande maioria das pessoas que veem nos espaços de promoção da saúde simplesmente o que eles são.
Prefiro a humanidade do personagem de  Mary Shelley – fictício e emblemático nas suas ações de ser construído por partes distintas; ao mercantilismo dos homens e mulheres que trabalham para tão somente receberem seus salários de final de mês e serem incapazes de perceber o quão estão doentes no pensamento imediatista que lhes acalenta os comportamentos de individualismo, ignorância e passividade.
Frankenstein não é um monstro – nós é que o vemos assim. Porém, se nos olharmos no espelho talvez vejamos o verdadeiro monstro, o verdadeiro mal...

Preferirei sempre as reticências a ideias com ponto final...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

UFRN





TERÇA-FEIRA – Dia 06 de Novembro - (ABERTURA)
...NOITE
Credenciamento: (19:00 às 19:30) – Distribuição Kit para Evento;
Recepção: (19:30 às 20:00) – Boas Vindas pela Administração do C.A. e Convidados;
Performance: Inglyde Jeane da Silva e Andressa dos Santos Pontes;
Palestra de abertura (20:00 às 22:00) – Prof. Eva Salustiano e Léo Medeiros.
QUARTA-FEIRA – Dia 07 de Novembro
...TARDE
Minicurso (14:00 às 16:00)Eliabe Davi - A charge aplicada ao ensino em sala de aula
1º momento – Conhecendo o gênero charge
2° momento – Aprendendo a utilizar a charge como mecanismo de ensino em sala de aula
3° momento – Oficina relâmpago
Exibição de Filme (16:00 às 18:00)  O poeta e a bicicleta, sobre Antônio Francisco.
...NOITE
Roda de conversa com escritoras e pesquisadoras da Literatura Potiguar: (19:00 às 21:30) Sertão do Sertão – Maria José Gomes, Stefannya Macedo e Marcela Freire.
Peformance: (21:30 às 22:00) Poesia Potiguar e Cia.
QUINTA-FEIRA – Dia 08 de Novembro
...TARDE
Minicurso – Leitura e escrita através de poéticas populares: uma prática de ensino. Ministrantes: Profº Amarino Queiroz, Profª Jennifer Cooper, Daniel Silva, Claudson Faustino, e Eidson Miguel.
1º momento (14:00 Às 16:00) – Cordel – 2 módulos, Eidson Miguel e Claudson Faustino.
2º momento (16:00 às 18:00) – Hip Hop – 2 módulos, Jennifer Cooper e Amarino Queiroz.
...NOITE
Roda de conversa com pesquisadores das Poéticas Populares – (19:00 às 21:00) Amarino Queiroz, Jennifer Cooper, Daniel Silva, Claudson Faustino, Eidson Miguel, Laudimeiry Azevedo com o trabalho: A cantoria de viola no Seridó potiguar: um estudo de caso e Fabrício Guto Macêdo com a comunicação: "Laurentino Bezerra apresenta Chico Viola: uma voz popular no coração do Seridó"
Apresentação – (21:00 às 22:00) Emboladores Mirins (Lincoln e Vitor) Rapper Edmilis. – Parelhas/RN;
SEXTA-FEIRA – Dia 09 de Novembro
...TARDE
Minicurso – Hadoock Ezequiel - De calça curta e chinelo: Antonio Francisco na sala de aula (14:00 às 18:00)
1º momento - Comunicação oral envolvendo pesquisa de mestrado em curso na UFCG sobre a literatura de Cordel produzida por Antônio Francisco.
2º momento – Oficina relâmpago
3º momento – Recital coletivo
Obs: Terão 20 vagas a preencher.
...NOITE
Encerramento
Literatura Potiguar: do cordel à cantoria.
Participação do poeta Antonio Francisco
Participação do Cordel do Pau Quebrado
Participação das Poetisas Violeiras D. Maria Sônia e Lindalva.

DOCENTES COLABORADORES DESTE EVENTO
Amarino Oliveira de Queiroz
Jennifer Sarah Cooper
Edneide Maria Pinheiro Galvão
Stefannya Silveira de Macedo
Eva Salustiano

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ELEIÇÕES

MÍDIA DERROTADA MAIS UMA VEZ PELO PT DE LULA
A aliança contra Lula e o PT montada pelos barões da mídia reunidos no Instituto Millenium sofreu no domingo mais uma severa derrota.
Eles simplesmente não aceitam até hoje que tenham perdido o poder em 2002, quando assumiu um presidente da República fora do seu controle, que não os consultava mais sobre a nomeação do ministro da Fazenda, nem os convidava para saraus no Alvorada.
CONFIRA: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/

CHARGE - LELÉ PÍPEDO

ESTAMOS FADADOS A NOSSA IMAGEM, ÀS LEITURAS QUE PROPORCIONAMOS A NOSSO RESPEITO MEDIANTE OS SINAIS QUE DISPOMOS AOS OBSERVADORES, OS OUTROS DA ESPÉCIE, NA CONVIVÊNCIA DIÁRIA. SOMOS LEITURAS, SABENDO DISSO, CONSTRUÍMOS A NOSSA IMAGEM SOCIAL. NÃO PODEMOS DOMINÁ-LA, CONTROLAR A ESPECULAÇÃO DAS IMPRESSÕES QUE CAUSAMOS, MAS MUITOS SE APROVEITAM DESSE CONHECIMENTO E TENTAM CONSTRUIR A IMAGEM DESEJÁVEL, EXEMPLO: OS POLÍTICOS. ALGUNS CHEGAM A UM QUASE MITO, TÃO FIEL E VERDADEIRO, REFERÊNCIA, EXEMPLO DE CONDUTA E HONRADEZ, ARREGIMENTANDO SEU SÉQUITO, SEGUIDORES, MANTENEDORES DA IMAGEM QUE A ALIMENTA.
COMO PERCEBER ALÉM DA APARÊNCIA, TERMOS UMA APROXIMAÇÃO COM O VERDADEIRO? COMO AUSCULTAR O IMPERCEPTÍVEL PARA NÃO SERMOS ENGANADOS PELOS FALSOS MITOS, PROFETAS? A RESPOSTA ESTÁ NUMA BUSCA: A QUALIDADE DA LEITURA. QUANTO MAIS CONDIÇÕES TIVERMOS PARA ENTENDER A EXISTÊNCIA, NOVOS OLHARES NOS FACULTARÂO À SABEDORIA AOS INFINITOS PONTOS DE VISTA.    

UFRN

 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CHARGE - POLÍTICA DE CURRAIS NOVOS

AQUI JAZ A VACA AZUL QUE SONHAVA SE PERPETUAR NO PODER, MAS, A VIDA GUARDA SURPRESAS. A NATUREZA É PRODIGIOSA E SEMPRE SE RENOVA, POR ISSO, NÃO ADIANTA IR CONTRA A SUA LEI. 
ESPERO QUE ELA NÃO TENHA DEIXADO FILHOTES.

TEXTO COMOVENTE


Carta que Miruna, filha de Genoíno, escreveu para o pai. Um texto comovente.
A coragem é o que dá sentido à liberdade
Com essa frase, meu pai, José Genoino Neto, cearense, brasileiro, casado, pai de três filhos, avô de dois netos, explicou-me como estava se sentindo em relação à condenação que hoje, dia 9 de outubro, foi confirmada.
Uma frase saída do livro que está lendo atualmente e que me levou por um caminho enorme de recordações e de perguntas que realmente não têm resposta.
Lembro-me que quando comecei a ser consciente daquilo que meus pais tinham feito e especialmente sofrido, ao enfrentar a ditadura militar, vinha-me uma pergunta à minha mente: será que se eu vivesse algo assim teria essa mesma coragem de colocar a luta política acima do conforto e do bem estar individual?

Teria coragem de enfrentar dor e injustiça em nome da democracia?
Eu não tenho essa resposta, mas relembrar essas perguntas me fez pensar em muitas outras que talvez, em meio a toda essa balbúrdia, merecem ser consideradas...
Você seria perseverante o suficiente para andar todos os dias 14 km pelo sertão do Ceará para poder frequentar uma escola?

Teria a coragem suficiente de escrever aos seus pais uma carta de despedida e partir para a selva amazônica buscando construir uma forma de resistência a um regime militar?
Conseguiria aguentar torturas frequentes e constantes, como pau de arara, queimaduras, choques e afogamentos sem perder a cabeça e partir para a delação?
Encontraria forças para presenciar sua futura companheira de vida e de amor ser torturada na sua frente? E seria perseverante o suficiente ao esperar 5 anos dentro de uma prisão até que o regime político de seu país lhe desse a liberdade?
E sigo... Você seria corajoso o suficiente para enfrentar eleições nacionais sem nenhuma condição financeira? E não se envergonharia de sacrificar as escassas economias familiares para poder adquirir um terno e assim ser possível exercer seu mandato de deputado federal? E teria coragem de ao longo de 20 anos na Câmara dos Deputados defender os homossexuais, o aborto e os menos favorecidos?

E quando todos estivessem desejando estar ao seu lado, e sua posição fosse de destaque, teria a decência e a honra de nunca aceitar nada que não fosse o respeito e o diálogo aberto?
Meu pai teve coragem de fazer tudo isso e muito mais. São mais de 40 anos dedicados à luta política. Nunca, jamais para benefício pessoal.

Hoje e sempre, empenhado em defender aquilo que acredita e que eu ouvi de sua boca pela primeira vez aos 8 anos de idade quando reclamava de sua ausência: a única coisa que quero, Mimi, é melhorar a vida das pessoas...
Este seu desejo, que tanto me fez e me faz sentir um enorme orgulho de ser filha de quem sou, não foi o suficiente para que meu pai pudesse ter sua trajetória defendida. Não foi o suficiente para que ganhasse o respeito dos meios de comunicação de nosso Brasil, meios esses que deveriam ser olhados através de outras tantas perguntas...
Você teria coragem de assumir como profissão a manipulação de informações e a especulação? Se sentiria feliz, praticamente em êxtase, em poder noticiar a tragédia de um político honrado? Acharia uma excelente ideia congregar 200 pessoas na porta de uma casa familiar em nome de causar um pânico na televisão?

Teria coragem de mandar um fotógrafo às portas de um hospital no dia de um político realizar um procedimento cardíaco? Dedicaria suas energias a colocar-se em dia de eleição a falar, com a boca colada na orelha de uma pessoa, sobre o medo a uma prisão que essa mesma pessoa já vivenciou nos piores anos do Brasil?
Pois os meios de comunicação desse nosso país sim tiveram coragem de fazer isso tudo e muito mais.
Hoje, nesse dia tão triste, pode parecer que ganharam, que seus objetivos foram alcançados. Mas ao encontrar-me com meu pai e sua disposição para lutar e se defender, vejo que apenas deram forças para que esse genuíno homem possa continuar sua história de garra, HONESTIDADE e defesa daquilo em que sempre acreditou.
Nossa família entra agora em um período de incertezas. Não sabemos o que virá e para que seja possível aguentar o que vem pela frente pedimos encarecidamente o seu apoio. Seja divulgando esse e/ou outros textos que existem em apoio ao meu pai, seja ajudando no cuidado a duas crianças de 4 e 5 anos que idolatram o avô e que talvez tenham que ficar sem sua presença, seja simplesmente mandando uma palavra de carinho.

Nesse momento qualquer atitude, qualquer pequeno gesto nos ajuda, nos fortalece e nos alimenta para ajudar meu pai.
Ele lutará até o fim pela defesa de sua inocência. Não ficará de braços cruzados aceitando aquilo que a mídia e alguns setores da política brasileira querem que todos acreditem e, marca de sua trajetória, está muito bem e muito firme neste propósito, o de defesa de sua INOCÊNCIA e de sua HONESTIDADE.
Vocês que aqui nos leem sabem de nossa vida, de nossos princípios e de nossos valores. E sabem que, agora, em um dos momentos mais difíceis de nossa vida, reconhecemos aqui humildemente a ajuda que precisamos de todos, para que possamos seguir em frente.
Com toda minha gratidão, amor e carinho,
Miruna Genoino
09.10.2012

Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/