Por Paulo Gomes
Vai dia, vem dia e tudo permanece igual… No nosso, infeliz caso, vai ano, vem ano e tudo permanece ainda mais desigual, destituído, mi-nimamente, de futuro promissor, de expectativa de melhora. Há um estado de torpor vivido por nós que aqui nascemos e crescemos vendo os mesmos disparates. Certamente, houve, em algum momento, um instante de lucidez, mas, que foi esquecido rapidamente. Dizem, os mais velhos, que nos tempos de “Zé” não o Lins, porém, o Dantas, houve um momento de boa conduta dos nossos destinos, havia uma valorização do que é mais fundamental na formação humana: a educação. Nesses tempos, dizem, isso era prioridade, não nos fazíamos tão somente como hoje o somos: um grande clube de festejos que não educam, mas potencializam o acesso à drogas – desde a música, até aquelas que se denominam como o próprio termo. Esse Zé, que já está num outro plano, não trazia consigo a prerrogativa de doutor que separa nós, pobres mortais, do mandatário mor dessas paragens. Interessante, quando numa de suas tentativas de voltar a vida pública na condição de vereador, poucos foram os que lembraram de sua solidez política, ficou pelo caminho. Poucos votos. Talvez, faltou-lhe a perspicácia alcançada pelos muitos recursos hoje destinados a propaganda oficial que maquia a verdade e faz do feio o bonito e da ausência de ações o indicativo de que “esse é o caminho”. Todos nós “Zés” de pequena estatura, pois, os doutores todos estão para além da ca-pacidade que a visão possa nos enxergar. Vê-nos, tão somente, no tempo oportuno, nos tempos em que dizem que nos basta alguns segundos para perder qualquer valor que nos seja atribuído. Sob os olhos dos doutores todos que nos governam, há uma doença que não permite aos nossos confessos poderosos enxergar-nos. É, definitivamente, é uma doença. Parece que somos personagens saídos de uma estorinha de Ruth Rocha (O Que Os Olhos Não Veem), descobriremos alguma forma de sermos percebidos e então faremos nosso próprio caminho, definiremos melhor nossas prioridades – e com certeza não será a tão aclamada aos quatro ventos: “pedrinhas de brilhantes” o discurso uníssono do calçamento. Deixaremos de lado a política do “panis et circenses” e isso será, tão somente, canção dos Mutantes. Mas, por enquanto, ficamos nós apenas a reviver algum momento no nosso passado pouco distante e já esquecido. O povo tem memória curta e o próximo ano será suficiente para o “doutor” fazer-nos esquecer o que de mal nos foi feito e o que de bem nos continua sendo negado… O “doutor” tem o santo remédio que nos desmemoriará, não lembraremos de nada que tanto nos causou tristeza e perpetua-se pelos dias findos de uma administração pífia, não lembraremos que vivemos numa cidade de discursos que tentam maquiar o dano ao nosso futuro, será escondida a droga que consome nossas gerações nos festejos contínuos e díspares de qualquer significância a uma formação ampla e necessária ao ser humano. O desprestígio aos educadores e a educação será também esquecido, pois, de pão e circo vivemos nós. É, o santo “doutor” trás consigo o santo remédio que nos fará esquecer o mal que nos foi feito nesses anos que não foram poucos e, acima de tudo, conseguiu nos ludibriar fazendo que acredi-tássemos que só construir caminhos de pedra seria o suficiente ao futuro dos nossos filhos e filhas. Aí vem ele, mais uma vez, repaginado e com a mesma vontade de poder – exatamente isso: poder. Ele vem com os “novos” discursos, “novas” promessas e a bondade estampada nos lábios que se esforçam para esgarçar um sorriso ensaiado e programado à conquista, não esqueçamos os apertos de mão e os abraços necessários ao intento de sustentar a si e aos seus e continuar a proclamar nossa intensa falta de compromisso para com nós mesmos.
Esqueço-me sobre o que me propunha a falar, apenas lembro, vagamente, que houve em algum tempo, um tempo diferente desses dias de hoje, mas, não lembro se estive nesse tempo bom e se deveres foi bom.E viva a política dos “Currais Novos”, a política dos “Novos Currais”… Panis et circenses para todos: “Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer”.
Esqueço-me sobre o que me propunha a falar, apenas lembro, vagamente, que houve em algum tempo, um tempo diferente desses dias de hoje, mas, não lembro se estive nesse tempo bom e se deveres foi bom.E viva a política dos “Currais Novos”, a política dos “Novos Currais”… Panis et circenses para todos: “Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário