sexta-feira, 29 de julho de 2011

JORNAL AVOADO DAS IDEIAS




SOBRE PROCISSÃO 1
Presenciar a passagem de uma procissão nos proporciona uma viagem no tempo. Nos remete aos costumes dos nossos ancestrais do império romano, claro, adaptados ao sotaque arrastado dos nossos dias.
No seu cortejo, logo à frente, deparamos com um abre alas com bandeiras. Em seguida, um trio elétrico tocando músicas animadas e algumas pessoas com bandeirolas brancas ensaiando algo como dança. Depois, vários carros de som intercalados por andores e no final um carro de som possante. Não quero imaginar o que mais vão incorporar ao longo do tempo!
Julho está terminando e já começou a venda de abadas para o carnaval fora de época, o próximo evento destinado as massas.
SOBRE PROCISSÃO 2
Já parou para escutar o murmurinho das pessoas numa procissão, colocando os assuntos em dia? E o deslocamento? Deslisa seguindo o curso da rua, compacta, num mesmo compasso. Se tem uma lombada dá-se a onda, os “camaleões” das enchentes. Uma enchente mansa, se não fosse o trio elétrico. Mas, não se compara às passeatas das campanhas políticas, que tambem estão enquadradas na categoria de cortejo. Nessas, a enchente é violenta e têm um fim político, na procissão não. E elas avançam sem piedade, destruindo tudo a sua frente deixando o rastro durante quatro anos seguido. O que difere da procissão, que é do tempo do arco da velha Roma.
SALÃO DE PINTURA
Significativo número de artistas plásticos e artesãos curraisnovenses se escreveram no Salão Nordeste de Arte Popular Chico Santeiro. O resultado sai no dia 30 de julho. Serão selecionadas 30 obras, e, destas, três receberão o prêmio de aquisição: R$ 5.000,00 para o primeiro lugar, R$ 3.000,00 para o segundo e R$ 2.000,00 para o terceiro lugar.
Acredito, que acompanhada a esta nova premiação, a Fundação José Augusto efetuará o pagamento de outras premiações que estão pendentes. Teremos, então, um salão à altura do nosso povo e ao nome “popular”, o qual se refere o evento. Estamos otimistas.


                 Por: João Antonio

terça-feira, 26 de julho de 2011

EXPERIÊNCIA PICTÓRICA



Tive a satisfação de acompanhar a elaboração e a execução do trabalho “No Ritmo do Desenvolvimento” da artista plástica Tércia Lêda. Ela chegou ao meu atelier provida de uma intenção e de alguns apetrechos que havia comprado: bonecas de plástico, disco de serra, ilustração de cédulas de dinheiro, gado em miniatura, funil, fotos, tela, tinta, cola, etc. Foi uma experiência instigante e prazerosa.
O Material foi espalhado sobre a mesa. E, em seguida, conversou-se,  sobre o jogo de criação e estabeleceu-se uma regra básica: o trabalho se concretizaria a partir das mediações ante os problemas gerados pela idéia inicial.
Tais mediações referiam-se a seleção dos elementos necessários para a construção do significado da obra, que são direcionadas pela ideia inicial, encaminhamento, que se encarrega de a
gregar as respostas geradas pelos questionamentos,  dando-lhes coesão (nexo) compondo o corpo do trabalho artístico.
Um ponto importante foi ressaltado a respeito da natureza dos códigos que são empregados no jogo de criação: o da idéia inicial composta por abstração, de ordem mental, e, da obra, de natureza material. Por se tratar de códigos distintos, era necessário operar uma transcodificação do mental para o material e considerar as adaptações, ajustes e mudanças à condição e limitação sujeita a esse processo. Assim, chegou-se à conclusão que a ideia inicial se comportaria como um condutor da criação, e que, esta, realiza-se no fazer, no executar, trabalho em transpo-la e adequa-la ao código do mundo real, palpável.
Esclarecido esses pontos foi revista a síntese (ideia) inicial que consistia em construir algo que lembrasse uma máquina com seu processo de produção, que teria o homem como matéria bruta e o gado resultado final, uma alusão ao poder. A produção em série, própria das máquinas, levou a escolher a sequência linear para organizar as informações e, a adequar o suporte, no caso um compensado retangular, devido a sua consistência e  facilidade a aderência e afixação das colagens.
Nesse instante, intensificaram-se as mediações. Passou-se a dialogar mais intensamente com a obra. Foram tomadas outras decisões e consequentemente surgiram novos problemas, visto que, a obra realiza-se no fazer, como já vimos, portanto, a cada interferência no processo criavam-se novas informações, resultado das relações que os elementos mantinham no campo compositivo, o espaço onde se jogava.
Definidos os encaminhamentos gerais, partiu-se, então, para primeira intervenção de  fato,  a  localização  da   máquina e   o entorno,      as extensões laterais, que foram revestidas por réplicas reduzidas de cédulas de dinheiro, dispostas horizontalmente, determinando uma textura para o fundo. Com isso criou-se a atmosfera que alimentava todo aquele sistema de poder, que gera a ganância os interesses de usurpação e corrupção comum nas administrações públicas, que estava  representada pela serra, engrenagem em forma de disco, situada no centro do suporte. Adotando, desta forma, a simetria dos espaços, e com ela, a frieza, encontrada na rigidez das máquinas e dos poderes retrógados: centro, de onde sai o comando, as ordens. Disposta um pouco elevada do fundo, no seu meio achava-se uma fechadura com chave, a qual ligava-se a um chaveiro em forma de camisa azul com nome escrito: “voto”. Acioná-la caberia ao apreciador da obra.
Precisava-se, agora, escolher os sinais, a marca que identificasse a máquina: as instituições públicas, as manifestações culturais alienantes voltadas para as massas? Foi escolhida a foto da prefeitura. Do lado esquerdo agrupou a matéria bruta, representado pelas bonecas e bonecos desmembrados, menção a falta de unidade e harmonia do homem. 

  Mas, os bois que apareceriam do outro lado da máquina, o produto final, esses, sim, estariam inteiros e em fila, obedientes. E por fim, o funil, partido ao meio, sugerindo a entrada e saída do processo de produção da máquina.
Após quatro horas de curiosa experiência Tércia Lêda assina a obra.
O título da obra foi escolhido quando a artista folheava uma revista de propaganda de administração pública, a procura de fotos para usar na colagem do trabalho, deparou com a frase estampada na capa: No Ritmo do Desenvolvimento.



quinta-feira, 21 de julho de 2011

POESIA




            ERA UMA VEZ UMA CIDADE AZUL...


            Um Rei acordou dizendo que teve um sonho azul

            resolveu mudar a cor das praças, monumentos, casas e ruas para anil

            decretou, ainda, que as pessoas deveriam pensar e agir azul

            as multicores da  natureza foram artificialmente  alteradas

            tudo ficou azul cinzento, azul bebê, azul marinho, azul azul... 

            ao fim do dia quando já estava como o rei ordenou

            e o sol partia para dar lugar a noite

            lançou o seu olhar sobre aquele lugar

            abrindo seus raios num vermelho-laranja

            de matar de inveja a todos que assistiam.

            As pessoas foram dormir.

            Amanhã, já era outro dia.


            Anônimo

VINHETA

quarta-feira, 13 de julho de 2011

PRÊMIO

   
SALÃO NORDESTE DE ARTE POPULAR CHICO SANTEIRO

     A Casa de Cultura Popular de Currais Novos recebeu, dia 12 de julho, a visita de representantes da Fundação José Augusto, o coordenador cultural Jefferson que se fazia acompanhado de Joana D’arcc Xavier, responsável pela  chefia das casas de cultura. Tal visita, devia-se a divulgação, junto aos artistas que ali estavam, do Edital do Salão Nordeste de Arte Popular Chico Santeiro. Após a exposição dos visitantes, indaguei ao sr. Jefferson sobre quais procedimentos que a Fundação estaria adotando para efetuarem os pagamentos referentes aos editais anteriores, como por exemplo, o Prêmio Moacy Cirne de História em Quadrinhos, do qual participei e fui contemplado com o 1º lugar em uma das categorias. E para minha surpresa ele informou que desconhecia o não pagamento das devidas premiações. Acredito, e tenho boa fé, que antes de realizarem o pagamento dos prêmios acordados nos novos editais, os atuais administradores públicos, servidores do povo, irão honrar com os compromissos desta importante instituição cultural assumidos anteriormente. Entendo que a administração pública estadual deve dar o exemplo de honestidade e responsabilidade. Pelo menos é o que o povo cobra e espera. 
Por João Antonio 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

EXPOSIÇÃO DE PINTURA

PRESTIGIE NOSSOS ARTISTAS PLÁSTICOS

QUEM MAIS PODERIA CRIAR OBRAS COM IDENTIDADE CULTURAL LOCAL? 
SÓ OS NOSSOS ARTISTAS!
POIS, ELES COMPARTILHAM DA MESMA REALIDADE E, ISSO, OS CREDENCIAM A CRIAREM TENDO COMO REFERÊNCIA O ACERVO CULTURAL DE NOSSA CIDADE.

E SOB A LUZ QUE IRRADIA DO SOL COMPARTILHAMOS AS CORES DA VIDA!


APRECIE AS OBRAS DOS ARTISTAS  DA ASSOCIAÇÃO
AVOANTE DE CULTURA:
FRANCINALDO MOURA
FRANCISCO WALTER 
JOÃO ANTONIO
JARDA VIANA
PAULO HERÔNCIO
TÉRCIA LÊDA
GUNDEMBERG
ÁLVARO JOSÉ
EIDSON MIGUEL
MANOEL NETO

E CONVIDADOS: ASSIS COSTA, ADRIANO SANTORI,
DIEGO E EDILSON AURELIANO

 VOE NESSA IDEIA!

domingo, 10 de julho de 2011

LELÉ-PÍPEDO



FUGINDO DA CAVERNA:
Esperança de que haja uma fuga em massa

Por Paulo Gomes

Sem qualquer sombra de dúvidas vivemos, nesse mundinho nosso dos Currais Novos, “O Mito da Caverna” escrito por Platão na obra intitulada A República. Ora, não visualizamos, parece-me, sob qual-quer hipótese, que vivemos uma ilusão conforme aquela que é descrita naquele conto “Platônico” – igual ao amor que temos por determinadas figuras públicas. Um número considerável de curraisnovenses trás esse amor em si pelas “velhas raposas” de nossa cidadezinha, outrora, pacata. Se desfaz os sonhos e permanecemos atrelados aos pseudos salvadores de nosso pequeno mundinho como numa gratidão eterna que devemos ter a “eles”, senhores absolutos do poder, que servem tão somente aos seus queridos entes de todos os dias cercando as mesas do café da manhã, do almoço e do jantar. Não obstante a essa constatação, chega-nos aqueles inflamados de discursos de bondade e capacidade visionária, salvadores e donos da fala e dos falantes que faz e desfaz o cotidiano numa telinha de tv como se representasse, deveras, a vida real. Falta-nos muito, parece-me, para que possamos fugir a ilusão da caverna que se faz no que está sendo desfeito e se chama cidade – nossa querida cidade (nem mais a quero), pois o amor se desfez e começo a fugir da caverna num esforço hercúleo de sobreviver a essa triste ilusão que se multiplica a cada segundo de vida que ainda nos resta. Triste verdade essa: estamos acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em nossas poucas possibilidades. Fujamos curraisnovenses que não se atrelam aos pseudos donos do poder, saíamos, pois, dessa caverna.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PANIS ET CIRCENSES NOS NOSSOS CURRAIS
Por Paulo Gomes


Vai dia, vem dia e tudo permanece igual… No nosso, infeliz caso, vai ano, vem ano e tudo permanece ainda mais desigual, destituído, mi-nimamente, de futuro promissor, de expectativa de melhora. Há um estado de torpor vivido por nós que aqui nascemos e crescemos vendo os mesmos disparates. Certamente, houve, em algum momento, um instante de lucidez, mas, que foi esquecido rapidamente. Dizem, os mais velhos, que nos tempos de “Zé” não o Lins, porém, o Dantas, houve um momento de boa conduta dos nossos destinos, havia uma valorização do que é mais fundamental na formação humana: a educação. Nesses tempos, dizem, isso era prioridade, não nos fazíamos tão somente como hoje o somos: um grande clube de festejos que não educam, mas potencializam o acesso à drogas – desde a música, até aquelas que se denominam como o próprio termo. Esse Zé, que já está num outro plano, não trazia consigo a prerrogativa de doutor que separa nós, pobres mortais, do mandatário mor dessas paragens. Interessante, quando numa de suas tentativas de voltar a vida pública na condição de vereador, poucos foram os que lembraram de sua solidez política, ficou pelo caminho. Poucos votos. Talvez, faltou-lhe a perspicácia alcançada pelos muitos recursos hoje destinados a propaganda oficial que maquia a verdade e faz do feio o bonito e da ausência de ações o indicativo de que “esse é o caminho”.  Todos nós “Zés” de pequena estatura, pois, os doutores todos estão para além da ca-pacidade que a visão possa nos enxergar. Vê-nos, tão somente, no tempo oportuno, nos tempos em que dizem que nos basta alguns segundos para perder qualquer valor que nos seja atribuído. Sob os olhos dos doutores todos que nos governam, há uma doença que não permite aos nossos confessos poderosos enxergar-nos. É, definitivamente, é uma doença. Parece que somos personagens saídos de uma estorinha de Ruth Rocha (O Que Os Olhos Não Veem), descobriremos alguma forma de sermos percebidos e então faremos nosso próprio caminho, definiremos melhor nossas prioridades – e com certeza não será a tão aclamada aos quatro ventos: “pedrinhas de brilhantes” o discurso uníssono do calçamento. Deixaremos de lado a política do “panis et circenses” e isso será, tão somente, canção dos Mutantes. Mas, por enquanto, ficamos nós apenas a reviver algum momento no nosso passado pouco distante e já esquecido. O povo tem memória curta e o próximo ano será suficiente para o “doutor” fazer-nos esquecer o que de mal nos foi feito e o que de bem nos continua sendo negado… O “doutor” tem o santo remédio que nos desmemoriará, não lembraremos de nada que tanto nos causou tristeza e perpetua-se pelos dias findos de uma administração pífia, não lembraremos que vivemos numa cidade de discursos que tentam maquiar o dano ao nosso futuro, será escondida a droga que consome nossas gerações nos festejos contínuos e díspares de qualquer significância a uma formação ampla e necessária ao ser humano. O desprestígio aos educadores e a educação será também esquecido, pois, de pão e circo vivemos nós. É, o santo “doutor” trás consigo o santo remédio que nos fará esquecer o mal que nos foi feito nesses anos que não foram poucos e, acima de tudo, conseguiu nos ludibriar fazendo que acredi-tássemos que só construir caminhos de pedra seria o suficiente ao futuro dos nossos filhos e filhas. Aí vem ele, mais uma vez, repaginado e com a mesma vontade de poder – exatamente isso: poder. Ele vem com os “novos” discursos, “novas” promessas e a bondade estampada nos lábios que se esforçam para esgarçar um sorriso ensaiado e programado à conquista, não esqueçamos os apertos de mão e os abraços necessários ao intento de sustentar a si e aos seus e continuar a proclamar nossa intensa falta de compromisso para com nós mesmos.
Esqueço-me sobre o que me propunha a falar, apenas lembro, vagamente, que houve em algum tempo, um tempo diferente desses dias de hoje, mas, não lembro se estive nesse tempo bom e se deveres foi bom.E viva a política dos “Currais Novos”, a política dos “Novos Currais”… Panis et circenses para todos: “Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer”.

ENCONTRO CULTURAL


ENCONTRO REGIONAL DO SETORIAL DE CULTURA

        Sábado, dia 02 de Julho, em Currais Novos, aconteceu o Encontro Regional do Setorial de Cultura do PT-RN. Estiveram presente entre outros o Secretário Nacional de Cultura do PT e vereador de Guarulhos-SP, Edmilson Souza; o gestor potiguar Fábio Lima, membro do Coletivo Nacional de Cultura do PT e Chefe da Representação Regional do MinC no Nordeste (RRNE/MinC) e  Naldinho Freire, músico, militante da Cultura em Alagoas e Representante da FUNARTE no Nordeste.
      Após visita ao Espaço Avoante de Cultura e o Casarão de Poesia, o encontro instalou-se no Auditório do SINTE-RN. O evento contou com a presença de lideranças do movimento cultural, representantes das ONGs Casarão da Poesia, Associação Avoante de Cultura, Associação Curraisnovense de Música, grupo Caçuá de Mamulengo, dos vereadores Odom Junior de Currais Novos e José Adenilson de Carnaúba dos Dantas, que estava acompanhado de significativa comitiva de artistas carnaubenses. Prestigiaram também professores, militantes e dirigentes do PT.        
     Os trabalhos tiveram início com a pauta de discussões do evento, em que foi abordado a importância do Setorial de Cultura do PT-RN, a conjuntura nacional, estadual e municipal. Destacou-se os avanços culturais conquistados no governo Lula, que descentralizou os recursos destinados à cultura, outrora concentrados em setores privilegiados do sudeste e sul,  tornando-se agora, acessíveis a todas as regiões do país através da política de editais. De forma unânime foi constatado o avanço da sociedade civil por estar em consonância com a política nacional. O mesmo não vem ocorrendo com o setor da administração pública local que não se ajustou, ainda, às políticas culturais vigentes, insistindo em adotar formas tradicionais e viciosas do fazer cultural.  Na oportunidade foi lembrado as obrigações do município em criar o Conselho Municipal de Política Cultural, do Plano Municipal de Cultura e do fundo Municipal de Cultura, condição indispensáveis para que se possa aderir ao Plano Nacional de Cultura – PNC (lei 12.343). Deste modo, os municípios devem buscar a assinatura do ACORDO DE COOPERAÇÃO FEDERATIVA DO SISTEMA NACIONAL DE CULTURA. Portanto, cabe ao movimento cultural procurar interagir junto ao poder público e comunidade para se buscar a atualização do município quanto às prerrogativas exigidas pelas novas preposições culturais nacionais.