quarta-feira, 25 de junho de 2014

PORTINARI EM CURRAIS NOVOS


No período de 18 a 30 de junho, a CDL de Currais Novos estará recebendo a exposição "Portinari: Trabalho e Jogo", uma promoção do SESC. Projeto este que leva trabalhos de grandes artistas brasileiros para várias partes do país. A exposição em nossa cidade apresenta reproduções fotográficas de obras do pintor paulista Cândido Portinari, como trabalhos da série retirantes e das ilustrações feitas para o livro "Menino de Engenho", obra icônica do Regionalismo brasileiro da década de 30, de autoria do paraibano José Lins do Rego. As pinturas de Portinari alinham-se aos pressupostos modernistas da primeira metade do século 20, que visavam construir uma brasilidade através das artes em suas várias frentes: pictórica, literária, musical, etc. Quem visitar a exposição será tocado pela densidade expressiva das linhas, formas e cores que se conjugam para delinear a tez de nossas raízes camponesas, nossa gente trabalhadora. Incrementando a exposição, um documentário de 50 minutos ilustra a trajetória pessoal, política e artística desse que é um dos maiores expoentes da pintura brasileira.  


























Vale ressaltar que esta exposição vem apresentando uma alternativa para inexistência de espaços adequados para exposições de artes plásticas em Currais Novos. Alternativa esta que é o salão de reunião da CDL, Câmara de Dirigentes Logistas.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Por uma educação estética


A presença de jovens e adultos nas oficinas realizadas no final de maio com professores e alunos do Departamento de Artes da UFRN, no Espaço Avoante, chamou a atenção pelo fato da participação de alguns professores e alunos da rede pública de ensino. Essa clientela chama a atenção em particular pela necessidade de uma educação estética voltada para a formação do indivíduo. A estética capacita o cérebro humano a operar recursos de ordenação de conteúdos, estruturas permeadas pela orientação de harmonia e equilíbrio. Isto configura um elemento fundamental para condição humana. Na natureza, a qual pertencemos, tudo é condicionado à forma que encerra em si a função utilitária a qual se destina, sem está dissociada uma da outra. Desse modo, o senso estético é componente indispensável na formação do ser humano. A pergunta que nos cabe é: porque nossa sociedade não investe nessa formação? 
A sociedade de consumo atual, marcada por um pragmatismo inumano que privilegia o lucro e o apelo sensorial de fácil assimilação, alija da formação dos indivíduos, inclusive nas instituição de ensino, esse tipo de conteúdo. Talvez por isso, iniciativas da Associação Avoante de Cultura encontrem pouca receptividade de camadas da população que deveriam ter ciência da importância de uma educação artística para sociedade, como professores e alunos.

sábado, 7 de junho de 2014

ARRIGO BARNABÉ


Um pouco de música-teatro, música-quadrinhos, o entrecruzamento entre a música popular e erudita, tudo em uma só estranheza. Um mundo tenso, desumano, grotesco, maquinal, uma sociedade degradada e sem compaixão, competitiva que passa numa tela musicada. Arrigo ainda assombra os sentidos acomodados no modo tradicional de música, ele não oferece tranquilidade, facilidade, mas um descortinar de possibilidades novas, ampliando o nosso sentir. Voe nessa ideia: TELEVISÃO QUEBRADA - Arrigo Barnabé  

domingo, 1 de junho de 2014

IMPRESSÕES DAS CORES DE FRIDA


Voar é a predestinação do Avoante, espaço que se expande quando o inusitado nos leva a novos percursos de exploração das rotas de voo. Assim é a impressão deixada pela peça "As Cores Avessas de Frida Kahlo" do grupo As Cores de Teatro do Departamento de Artes da UFRN no último sábado no Espaço Avoante de Cultura, Currais Novos/RN. Não vale o olhar convencional que nós estamos acostumados para vivenciá-la: o distanciamento entre plateia e personagens que cria um vácuo entre o apreciador e a obra, limitando o sentir. Nela, as personagens tocam nossos sentidos como se fôssemos parte do corpo da obra, estamos em cena. 

Esse velho mundo dominado pela concatenação das ideias de forma linear, analiticamente, orientação que nos leva a ver sempre as coisas numa dimensão cerceada pelo começo, meio e fim, em que os fatos tem uma cronologia, sequência de tempo que os dispõem hierarquicamente, essa sistematização não nos é dada, pois nós é que temos que a construir, somos os ordenadores de uma ideia de sentido. As sensações nos impregnam, adentram em nossa tez sensitiva e tomamo-las  para moldá-las no painel da nossa vivência no mundo. 

A peça constrói uma rede de imagens metafóricas para falar do universo  interior de Frida Khalo, que se encontra espalhada na atmosfera ambiente do palco, todas as personagens estão repletas dela.  A dor e o prazer se comprazem e se entregam a uma procura de múltiplos matizes, em sobreposição de olhares de singulares cores que escorrem no sibilar do sussurro da alma. Olho em riste para se dizer vida. 





João Antonio