HISTÓRICO

     



CAMPANHA PARA AQUISIÇÃO DE CADEIRAS PARA SALA DE TEATRO DO ESPAÇO AVOANTE DE CULTURA

Caríssimo amigo, o Espaço Avoante está precisando de cadeiras plásticas para desenvolver atividades. Esta é a cadeira padrão escolhida para sala de teatro do Espaço Avoante de Cultura. Consideraram-se como critérios: mobilidade para eventos externos, a padronização da sala, a qualidade e segurança do produto. No futuro será substituída por modelo mais adequado para teatro.

Cadeira Torre - marca tramontina R$ 35,00 (valor da loja HS da praça Desembargador Tomaz Salustino)


LEMBRE-SE: O CONTROLE DAS DOAÇÕES DEPENDE DE SUA CONFIRMAÇÃO POR E-MAIL

Verifique se a cadeira doada se encontra na plateia (simulação acima). Para isso, confirme por E-mail a efetuação do depósito na conta citada. Confira, também, se seu nome, pseudônimo ou como anônimo (se desejar) consta na relação dos doadores.


RELAÇÃO DE DOADORES


          NOME DOS DOADORES     -     CADEIRAS
01- Otto Soares de A. Neto - C. Novos-RN;01
02-Eidson Miguel - C.Novos-RN; 02
03- Márcio Coelho - Natal-RN;01
04- Lucimar Medeiros - Currais Novos;02
05- Aldenir Dantas - Currais Novos;02
06- Maria Anunciada - Currais Novos;01
07- Jarda Viana - Currais Novos; 01
08- Wescley da Gama; 01
09- Penha e Jefferson Fernandes - Natal; 01
10- Edmilson Souza - Guarulhos - SP; 02
11-Aluízio Matias dos Santos - Natal; 01
12- Maria Olímpia Bezerra de Oliveira - Natal;01
13- Anônimo; 01
14- Eunice Cardoso - Currais Novos; 01
15- Mariquinha da pamonha - Currais Novos; 01
16- Fabiano dos Santos; 01
17- Anônimo; 01
18- Maria do Céu Medeiros; 04
19- Jarlene Maria entre Amigos, artistas convidados (Show em prol da compra de cadeiras) 21
20- Rachel Lúcio; 03
21- Anônimo; 02
22- Seja mais um, o que está esperando?


JÁ CHEGAMOS ÀS 51 CADEIRAS! FALTAM APENAS 69 PARA PREENCHER OS 120 LUGARES NECESSÁRIOS PARA  A PLATEIA.

 
 
      
       Esse “amanhã” do Espaço Avoante de Cultura, para acontecer, está precisando de 120 cadeiras de plástico e refletores. Desde de outrubro de 2010, ele passou por uma adequação estrutural necessária  objetivando as condições que permitam o desenvolvimento de atividade de oficinas, ensaios e eventos. A cobertura foi substituída por uma estrutura metálica. As janelas e pintura foram recuperadas, mas ainda faltam alguns ajustes que o espaço solicita. Deste modo,  este blog  propõe realizar arrecadação de recursos para aquisição de cadeiras plásticas, com o intuito de estruturar a sala de teatro do Espaço Avoante.
      O material adquirido estará à disposição da Associação Avoante de Cultura,  Associação de Música de Currais Novos e grupo Caçuá de Mamulengo, que desenvolvem ações compartilhadas. As referidas associações  são entidades sem fins econômicos.
      Esta iniciativa destina-se às pessoas que conhecem e acompanham o esforço desempenhado para concretização  do projeto  Avoante.  Portanto, é providencial o adiante dos dias melhores.





CARNAVAL 2011

 REALIZAÇÃO: Associação Avoante de Cultura, Associação Curraisnovense de Música e Grupo Caçuá de Mamulengo
COORDENAÇÃO: João Antonio, Álvaro José, Eidson Miguel, Francinaldo Moura e Paulo Herõncio.
EQUIPE CÊNICA: Grupo Adolearte de Teatro - Currais Novos.
cartaz














O ELEMENTO "PARALELEPÍPEDO" ENCONTRADO NAS FANTASIAS QUE SEGUEM É EMPREGADO COMO REPRESENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS QUE PRIVILEGIAM SÓ O CALÇAMENTO DE RUAS, EM DETRIMENTO AS OUTRAS CARÊNCIAS SOCIAIS, JUSTIFICADO PELO FATO DE GERAREM VOTOS NAS URNAS. SITUAÇÃO VIVENCIADA PELA NOSSA COMUNIDADE.









RESGATANDO A HISTÓRIA



CORTEJO POÉTICO-2001

EVENTO DE ABERTURA DO EPEL- ENCONTRO POTIGUAR DOS ESTUDANTES DE LETRAS REALIZADO NA UFRN DE CURRAIS NOVOS EM AGOSTO DE 2001.
PARTICIPARAM NESSE CORTEJO DIVERSOS ARTISTAS, HOJE,  BOA PARTE, INTEGRAM A ASSOCIAÇÃO AVOANTE DE CULTURA, COMO: O DIRETOR DE TEATRO PAULO GOMES, OS ARTISTAS PLÁSTICOS PAULO HERÔNCIO E JOÃO ANTONIO,  OS POETAS THEO ALVES, IARA CARVALHO E WESCLEI DA GAMA.  TAMBEM INTEGRARAM ESSE EVENTO: OS ARTISTAS ADRIANO NUNES, ADRIANO SANTORI, ANDREIA TITO, JOELMA TITO E ESTUDANTES DE LETRAS.



FICHA TÉCNICA:
DIÁLOGO: JOÃO ANTONIO
PESQUISA DOS POEMAS: IARA E WESCLEY
DIREÇÃO E OFICINA DE TEATRO: PAULO GOMES


 
  Ambiente:

Alpendre. No lado esquerdo uma imagem de uma Santa, tamanho natural, coberta por um pano. Transitando nas proximidades, arrumando o ambiente, Ciclo Econômico, personagem humano com cabeça de gado tropeça e pragueja:
    -Filha da mãe do pé rachado!- Olha para imagem da Santa, atônito – Ó minha santinha – dirige-se para ela – È que eu sou avexado assim, tenho o pavio curto. A senhora sabe, eu sou de carne, sou mundano, mas, no fundo uma boa pessoa. A senhora me compreende? Foram tantos anos, nós, juntos, desbravando terras, habitando sertões, abrindo veredas, catequizando mentes desprovidas de Deus e aqui estamos, brancos, fortes e indestrutíveis.- Dá uma gaiteada.
    - Fascista Idiota!
    -Quem disse isso? Apareça quem disse isso, tenha coragem. Ora, agora dei para escutar vozes. Quem tá aí? Responda!
    -Tire esse pano de cima de mim, ele está me sufocando.
-Valha meu Deus do céu, é a Santa, ela tá falando.- Ciclo se ajoelha.    -Inútil, se levanta daí, e tire logo esse pano de cima de mim antes que eu fique irritada.
    -Só faltava essa!- Se dirige a Santa e retira o pano.
    -Que cara é essa, nunca viu uma Santa?
    -Falando, não.
  -Passei a vida toda escutando tanta asneiras, presa nessa carcaça, agora é minha vez de azucrinar o juízo de vocês.
    -Votz! O que deu nela?!
   -Agora venha aqui perto de mim, isso, que garotinho mais obediente, enfie a mão na minha roupa, entre os peitos e retire uma chave.-Pera aí, tem alguma coisa esquisita. A senhora está pensando que vai sair daí de dentro. Tá louca?! Pirou de vez?! Pois fique a senhora sabendo que eu não sou  traidor. De forma alguma vou tirar a senhora daí. Eu acredito na tradição, tira-la, eu estaria desmistificando valores sagrados, e se são sagrados, são eternos e inviolados.
    -Mas que absurdo, quem você pensa que é? A qual hierarquia celestial pertence. Você me deve obediência cega. Venha cumprir seu papel, já.
    -Eu acho que ela pirou - dirige-se à platéia - É o sol da região. Deve ser o buraco de Ozônio, ta quente demais, está derretendo o miolo até das Santas.- dirige-se para a Santa – Bobinha, a senhora acha que eu caio nessa de hierarquia. Sai deste pedestal, aliás, deste altar, põe os pés no chão, só a senhora que não vê que você não tem poder nenhum. Quem manda aqui na terra não são os santos, Deus, orixás, quem manda aqui é o dinheiro a economia. Triste de santo ignorante.
    -Senhor perdoa, ele não sabe o que diz.
    -Não venha com essa enrolação, esses chavões não pegam. Será possível que eu tenho que alfabetizar essa santa desmiolada. Olhe, preste atenção, nós precisamos de você aí dentro, todos acreditam em você, assim como imagem, sem abrir a boca. O que eles sabem e pensam a seu respeito somos nós que criamos de acordo com as nossas necessidades.
    -Imagino que necessidades, o acúmulo de riqueza, quanto mais melhor. E cabe a nós passar a mão nas cabeças das pessoas para consola-las dos sofrimentos, da exploração causada por vocês. A proliferação da ignorância e da pobreza em benefício do gozo de alguns poucos, que usufruem de todo conforto e benesses materiais.
    -Mas, minha santa, eles, os outros, vão ter o reino do céu. E é assim que é e que deve continuar. Você quer ir de encontro aos preceitos da natureza, os mais fortes e inteligentes dominam os fracos. E já imaginou se eles sabem a verdade, que são explorado e que não existe céu. O mundo entra em crise. As bolsas caem. As economias emergentes vão a falência. Ninguém vai ter em que se sustentar, nenhuma verdade para confortar. Será o caos. O mundo é assim 
           - Mas, eu não vim dizer que Deus não existe. 
           -   Há!
    - A sua existência é indiscutível.
    -  Então, me diga, pra que esse fuzuê todo?
    -  A minha incumbência espiritual é pregar a liberdade. O livre arbítrio
   - Não! Nunca! Isso é muito perigoso. Só falta querer dizer agora, que você é socialista. Agora é não que sai daí!
   -É, parece que, com você é impossível manter diálogo. Terei que me rebaixar, como ele mesmo diz, colocar os pés no chão. Pois bem, pelas informações que tenho a seu respeito, você é uma pessoa muito devota, tem o hábito de fazer prece, conversar com os santos e Deus, sobre seus conflitos, angustias, isso é muito positivo.
    -   Aonde a senhora quer chegar?- Desconfiado.
   - Felizmente suas preces foram grampeadas, tenho em mãos um dossiê das suas conversas com o mundo espiritual.
    - Estou pasmo com tamanha sacanagem! A senhora tem certeza que seus pé não são partido e tem chifre e cheira a enxofre?
   - Pelo que consta nos altos, você é  funcionário público do primeiro  escalão, cunhado do governador, e responsável pelas licitações públicas. O que você acha da justiça ter acesso às provas de desvios de recursos públicos e dos superfaturamentos nas obras públicas?
    - A senhora é hilária. A justiça! – ciclo ri – Ela está do nosso lado. E não adianta CPI, a maioria na assembléia legislativa é do governo, portanto a senhora é péssima negociadora.
    - Mas, sua família não sabe de seus desvios sexuais, suas taras.
    -  Isso é comum a qualquer mortal.

   - É, eu entrego os pontos. Só lhe dou um conselho de Santa, não ligue a internet amanhã na sessão social do jornal Folha da cidade, quero evitar sofrimentos, constrangimentos desnecessário. Mas, até que você ficou bonitinho na foto com seus bofe no motel Cama de Gatas.
    -Safada! Isso é sujo Demais! Por isso é que vocês devem ficar presas, amordaçadas neste sarcófago eternamente. Veja só, não se pode nem rezar, confessar aos Santos. É um absurdo, já não se faz santos como antigamente. Espero que isso seja sonho.  Que seja delírio ou não eu estou sem saída. Não tenho escolha eu retiro a chave - Ciclo põe a mão entre os seios da santa.
   -Ai! Ui! Aí não. Mais para a direita. Sim, aí. Pega, segura. Isso, até que enfim.    Enfie agora na fechadura da lateral direita na minha cintura.-A imagem santa se abre como um sarcófago e de dentro sai a personagem Liberdade - Finalmente, séculos e séculos presa nesse sarcófago, sendo levada pra lá e pra cá. Livre! Livre! – Liberdade sente tontura.
    -  Eu não disse que isso não ia dar certo. É melhor a senhora voltar e ficar lá quietinha.
    -  Pegue o livro e leia a primeira página.
    -  Mas, isso é uma poesia. – Ciclo fala de forma depreciativa.

  -Sim, são poesias. Eu me alimento de sentimentos. E reingressarei ao mundo através de um cortejo poético, seguiremos a trajetória histórica que me introduzirá a atualidade, como num parto para a vida. Vamos lá súditos, vamos dar início ao cortejo. - Dá-se início aos preparativos. A liberdade sobe no andor. - Quero me despedir da Idade Média. Da repressão do céu impiedoso que aprisionou a liberdade. Sigam-me filhos da liberdade. A Terra não é mais quadrada. Somos imagem e semelhança a Deus, a razão nos abre a porta para o mundo moderno. A renascença nos lança a aventura do humanismo. O homem reconhece sua autonomia criadora e transformadora. A ciência aponta o caminho. Que alcem as velas, existe um mundo a ser explorado.
    -  Explorar. Finalmente ela começa a vir à tona.
    -  O que disse?
    -  Aqui está sua primeira refeição, Camões.
    -  Ah! Camões!

OS LUSÍADAS (Fragmentos)
               Luís Vaz de Camões

As armas e os Barões assinalados
Que, da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que permitia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram; 

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, as terras viciosas 
De África e de Ásia andavam devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
__ Cantando espalharei por toda a parte,
         Se a tanto me ajudar o engenho e arte.    



Barroco:


(inquisidores pronunciam texto em latim, dirigindo-se de encontro ao cortejo)

Inquisidores- Herege! É ela, a herege!
Inquisidor 1- Como ousa desafiar as leis da Santa Igreja?! Sujar os mandamentos de
Deus, entregando seu corpo imundo a um homem qualquer antes do sagrado matrimônio?!
Inquisidor 2- E ainda por cima, quer impedir a perpetuação
da espécie, com esse discurso imundo, demoníaco
da anticoncepção! Você só serve pra isso, possuída mulher!
Inquisidor 1- Criatura inútil!
Inquisidor 2- Bruxa!
Inquisidores- Herege!
Inquisidor 1- Copulas com o demônio, infeliz!?
Inquisidor 2- Deves copular, pois do teu marido separastes,
indo contra o preceito sagrado: “O que Deus uniu, o homem
não separa!”
Inquisidor 1-  Para aquele que viola as leis da Santa Madre
Igreja só há uma salvação:
Todos-   Fogo! Fogo!
(Nesse momento, a mulher é arrastada pelos inquisidores)
Inquisidor 2- Aceitas Jesus como o seu Salvador para lavar a
sua alma de todos os pecados?!
Inquisidor 1- Aceitas a palavra do Senhor como suprema
e indubitável?!
Inquisidor 2- Aceitas, pecadora?!
Inquisidor 1- Aceitas?!...
Inquisidores- Aceitas...
Inquisidor 1- (voltando-se para o público) Purifiquem esta alma pelo fogo!
Mulher – Não! Como julgas! Que pecados não tens sob as vestes que te cobrem as vergonhas, sob a moral imoral de querer julgar e não ser julgado?! Não falas por Deus, falas por ti mesmo, pela tua arrogância de homem, pela tua macheza vil que tenta impor uma verdade que satisfaz somente a ti! Como ousa julgar-me por necessidades que todo ser humano tem?! Por atitudes que todos nós cometemos!? Sendo assim, queimem todos deste cortejo, façam uma grande fogueira... Mas, atirem-se nela vocês também... afinal, também são imperfeitos... Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra! (sob a marcação do bombo, duas pessoas dirigem-se até a mulher e desamarram-na. Em seguida, homens despem os inquisidores e a libertam a Mulher e ela ler escrito nos corpos deles).
“Do caralho a grandíssima estatura.
C'os lençóis encobrir-se não podia,
E a cabeça do fodaz de fora pondo
Fazia sobre o chão medonho estrondo.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:

"Não (diz uma) tu padre não me engodas:
Sempre, me há-de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas"!

C'o dedo a greta sua lhe coçava;
Ela, maquinalmente a mão movendo,
Docemente o caralho embalava:”
    Mulher–(dirigindo-se à Santa) Para onde vai esse cortejo?
Santa - Para um mundo sem fim, onde reside a liberdade.
Cortejo segue. Adiante, Puta fazendo programa em pleno trajeto.
Puta – Que merda é essa?
Homem – Puta merda! (suspendendo as calças)
Puta – não se pode mais nem trepar nessa porra! Caralho!
Homem – cala a boca, piranha! (olha para a santa e se benze, segurando um terço retirado do bolso)
Puta – viado, filha da puta!
Homem – eu já mandei você se calar, sua vadia!(começa a espancá-la. A mulher fica caída no chão tentando se recompor, enquanto o 
homem se dirige à santa e beija-lhe os pés).
Puta – (ainda no chão, dirige-se ao homem) Merda de vida! Vai procurar tua mulher em casa, vai se sentar nos bancos da igreja, como se fosse o maior dos puritanos... Mas, você vai estar aqui de novo, pra foder gostoso, logo depois de lamber os pés do santo, vem me lamber inteira. Tu queres é passar por santo, mas na verdade, ao cair da noite, mostra o teu desejo por corpo, por carne. Você vai voltar, vai lamber meu pé de novo e me suplicar perdão!!! E eu vou te mandar pra puta que pariu! Pegue teu dinheiro e soque no rabo!!! (o homem olha para a puta e segue o cortejo).

 Anuncia-se: Arcadismo. Liberdade recita.


Prossegue o desalmado; mas a esposa
Que não pode aturar-lhe a dura estaca,
Dando voltas ao cu muito chorosa
Com jeito o membralhão das bordas saca:
Ele irado lhe diz, com voz queixosa:
"Não és uma mulher como uma vaca?
Porque fazes traições, quando te empurro
O mastro? quando vês que gemo, e zurro?"

Então, cheio de raiva, aperta o dente,
E na gostosa, feminil masmorra,
Alargando-lhe as pernas novamente,
Com estrondosos ais encaixa a porra:
Ela, que já no corpo o fogo sente
Do marsapo lhe diz: "Queres que eu morra?
Tu não vez que me engasgo, e que estou rouca,
Porque o cruel tesão me chega à boca?

De gosto o vil cachorro então se baba,
E vendo que a mulher calada fica,
"Consola-te (exclamou) que já se acaba
Esta fome voraz da minha pica."

E com muita risada se gaba
De lhe ter esfolado a roxa crica;
Mas ela grita, ardendo-lhe o sabugo:
"Ora que casasse eu com um verdugo!"


Anuncia-se: O Romantismo:



Personagem recita poema:



    Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.


Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;


Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.


Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!


    Beijarei a verdade santa e nua,
    Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
    Ó minha virgem dos errantes sonhos,
    Filha do céu, eu vou amar contigo!


    Descansem o meu leito solitário
    Na floresta dos homens esquecida,
   À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
    Foi poeta - sonhou - e amou na vida.









Cortejo segue.

Anuncia-se: O Parnasianismo

Personagem recita.


 

   
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” Eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálio de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

 





 
Direis agora: “tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entende-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Cortejo segue o trajeto ao rítmo do toque de um bumbo. 

Sobre um muro personagem recita: 

Psicologia de um Vencido
    Augusto do Anjos


Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância ...
Sobe-me a boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de cardíaco

Já o verme – este operário das ruínas
Que o sangue podre das carnificinas
Come e a vida em geral declara guerra

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, 
E há deixar-me apenas os cabelos 
    Na frialdade inorgânica da terra.


Segue o cortejo. Anuncia-se:  O Modernismo. A Liberdade no alto do andor recita:
POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto (protocolo e manifestações de
     apreço ao Sr. diretor)
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho de um
    vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem
    modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
__ Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


 Derrepente o espaço é assaltado por policiais.

 Inicia-se o período da ditadura:

 Policial - Onde tiver duas ou mais pessoas reunidas em alguma rua ou esquina são suspeitas. Vocês têm o certificado da censura? Qual a idade permitida para assistir essa coisa que vocês dizem ser espetáculo, isto está parecendo mais uma manifestação de rua, e vocês sabem que este tipo de coisa é impraticável, é subversivo.
Personagem - Ah! o senhor está se referindo a poesia  subversiva de Ferreira Gular - Fala do alto do muro.




A poesia
quando chega
      não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
      Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
desrespeita o código de Águas
       relincha
como puta         
       nova
       em frente ao Palácio da alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
       nos olhos os que ganham mal
       embala no colo
       os que têm sede de felicidade
       e de justiça
E promete incendiar o país.



      Comunistas incendiários!
Estão desafiando a ordem. 
Silenciem suas bocas nojentas, 
pois, muitos sucumbiram 
pelo atrevimento. E com vocês 
a história não será diferente.




Exibe na cortina, aos pés das personagens, teatro de sombra de uma tortura.

Fala dos personagens em cima do muro:
Pai afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue.
Do que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da puta
Outra realidade menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta

Apesar de você, amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver o jardim florescer qual vocês não queriam.

Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora não espera acontecer.
Cantar canta a alegria. Cantar canta a esperança. Revelando a noite, revelando o dia, noite e dia, noite e dia.
Avante! As ditaduras passam e a resistência cultural continua trilhando horizontes sem fim.

A Liberdade recita:

No negro asfalto um corpo:
Cravado, perfurado por golpes fatais.
Há sangue nos jornais.
Lágrimas são expostas procurando respostas.
Há carne para o consumo.
Em resumo, vejo apenas sangue a jorrar.
Sendo expelido, perdido pelas carnes  nuas e cruas.
Perfilando, regando o negro asfalto
Que também agoniza.
Não há sol, não há brisa.
Há um corpo humano, no asfalto cotidiano.
Sendo exposto.
Decomposto por vorazes “canibais”.
Deixando ser retratado, roubado o seu íntimo.
Que se revela na tela da TV.
Alimentando a gente indiferente que ver.
Antes havia, se ouvia seus brados
Coloridos, doloridos e amargos.
Agora só a sua bradifasia.
Numa dolorosa e impiedosa agonia.
São predadores, devoradores
Alimentando-se de forma bradifágica.
E eu ainda sinto-me vivo
No flash da câmera fotográfica.




FIM

 OBS.: ESTÃO FALTANDO CITAÇÕES DE ALGUNS AUTORES, AGUARDEM CORREÇÃO.

RESGATANDO A HISTÓRIA



GRUPO AVOANTE DE 2005 A 2008, QUANDO À FRENTE 
DA FUNDAÇÃO  CULTURAL JOSÉ BEZERRA GOMES, CURRAIS
NOVOS-RN.
Vejam as realizações nesse período:

Projeto Foliarte, carnaval 2005;
Oficina Permanente de Produção de Pintura;
Projeto de oficina de poesia;
Exposição de poesia;
Curso de desenho na zona rural;
Coral Vozes do Sertão;
Oficina de Conto;
Exposições de Pintura;
Projeto Semearte de Desenho e pintura;
Feira do Livro de Currais Novos;
Festival de Cultura do Seridó;
Banda Musical Maestro Santa Rosa;
Semana do Livro e da Biblioteca;
Museu Histórico de Currais Novos;
Apoio à espetáculos e shows;
Oficinas de Teatro.

CONFIRA CONOSCO NOSSAS AÇÕES NESSE PERÍODO




 
  
 
  
   
 
AGUARDE, MAIS INFORMAÇÕES.

AVOANTE

 PARA QUEM QUER IR MUITO ALÉM!