segunda-feira, 31 de março de 2014

CAUSAS DA MIGRAÇÃO DE ARTISTAS EM CURRAIS NOVOS

Nossa homenagem a Jack Leidson, artista que teve de migrar para outros cenários, Circo Crock, devido as condições desfavoráveis para desenvolver atividades teatrais em Currais Novos. Foto: performance realizada em 2013 em frente ao teatro municipal que está sendo construído desde de 2007. 


O romancista, poeta e ensaísta José Bezerra Gomes constitui um marco no que se refere à proposição de uma política pública cultural para Currais Novos. Foi dele a ideia de se criar um órgão de fomento a cultura em nosso município, que hoje se consubstancia na fundação cultural que leva seu nome. Nas páginas de seu romance de estréia “Os Brutos”, lançado pela primeira vez em 1938, Bezerra Gomes faz uma leitura crítica (ainda atual) da sociedade em que vive, inclusive apontando a insipiência das instituições culturais da cidade, como no capítulo 10 que trata da escola. Hoje, 27 de março, dia nacional do Teatro, faz-se pertinente refletir sobre a condição cultural do nosso município, denunciado pelo autor que expõe o descaso da sociedade para com a arte.
Um marco do teatro em Currais Novos é o movimento do Teatro de Rua protagonizado pelo grupo “Boca de Rua”, surgido na década de 80 e início de 90, após o qual o município enfrentou mais um período de inércia no que toca à produção teatral. O movimento do Teatro de Rua, com seu caráter popular, problematizou o imaginário referente à arte teatral e a ausência de estruturas para a prática cênica com sua radicalidade estética de ocupação do espaço urbano. Ganhos que parecem ter se perdido frente à lacuna temporal deixada pela não continuidade do movimento. O terceiro milênio chegou com a experiência dos autos religiosos em Currais Novos, que trouxeram com eles a noção do espetaculoso e linguagem apelativa, instituindo novos conceitos do fazer teatro que remetem a formas mais tradicionais do “teatral”, do exagero.
O cenário atual se caracteriza por uma estagnação acentuada dessa condição histórica no teatro em Currais Novos: precariedade de equipamentos físicos para o teatro – existe um teatro público inacabado desde 2007, um anfiteatro público subutilizado e com problema de acústica e o Espaço Avoante funcionando dentro de algumas limitações –, acompanhada pela ausência de políticas públicas de incentivo à produção teatral. Esses fatores geram uma produção teatral tímida, dotada de linguagem e expressividade a serem construídas. Para reverter esse quadro, torna-se necessário a prática, isto é, a produção que favorece o desenvolvimento expressivo.
É importante, portanto, se planejar ações gestoras para o teatro no nosso município, de maneira que se criem estratégias de manutenção dos produtores teatrais e políticas culturais voltadas para formação e estímulo a criação de grupos de teatro, considerando sua inserção no nosso contexto social marcado pelo modo de produção capitalista. Inserção que não se limite aos interesses mercadológicos, sendo marcada por um caráter transformador que satisfaça as necessidades de desenvolvimento do indivíduo e da própria linguagem cênica.
Outra meta a ser alcançada está relacionada à garantia de acesso ao público a peças de teatro, de forma que se promova o acolhimento da população no sentido de criar um entendimento e reconhecimento da relevância dessa linguagem artística para a sociedade. Acolhimento que venha a despertar a consciência estética para o teatro na terra d’Os Brutos.

IMAGENS DA OFICINA DE TEATRO "BRINCANDO COM O CORPO E COM A VOZ"

A OFICINA "BRINCANDO COM O CORPO E COM A VOZ" INCREMENTOU A SEMANA DO TEATRO EM CURRAIS NOVOS. MINISTRADA PELO ARTISTA NATALENSE RODRIGO BICO, A OFICINA TEVE GRANDE RECEPTIVIDADE JUNTO AO PÚBLICO JOVEM E ADULTO INTERESSADO NAS ARTES CÊNICAS. A AÇÃO FOI UMA PROMOÇÃO DA FUNDAÇÃO CULTURAL JOSÉ BEZERRA GOMES COM APOIO DA ASSOCIAÇÃO AVOANTE DE CULTURA. 






terça-feira, 25 de março de 2014

AVOANTE: OFICINA DO 'GRUPO GIRA DANÇA'


NA TARDE DESTA TERÇA, 25 DE MARÇO, O ESPAÇO AVOANTE DE CULTURA FOI PALCO PARA A OFICINA "LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO E DANÇA", PROMOVIDO PELO GRUPO  "GIRA DANÇA" DE NATAL. A OFICINA TRABALHOU A PERFORMANCE COREOGRÁFICA E A LIBERDADE DE MOVIMENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES. UM DOS PONTOS FORTES DAS ATIVIDADES DO 'GIRA DANÇA' É O SEU CARÁTER INCLUSIVO, QUE ABRE ESPAÇO NO SEU ELENCO E EM SUAS OFICINAS PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS. DESSA FORMA, MEMBROS DE ASSOCIAÇÕES CURRAISNOVENSES PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS COMO A 'APADEVIS' E A 'ACDF' MARCARAM PRESENÇA E TORNARAM A OFICINA AINDA MAIS ESPECIAL. GRUPOS DE DANÇA COMO O DO CIVE TAMBÉM MARCARAM PRESENÇA.  







sábado, 22 de março de 2014

CIA GIRA DANÇA NO ESPAÇO AVOANTE DE CULTURA

CHEGOU A VEZ DE CURRAIS NOVOS APRECIAR O ESPETÁCULO "ALGUÉM QUE NÃO EU PARA FALAR DE MIM" DA CIA GIRA DANÇA DE NATAL/RN, NO DIA  26 DE MARÇO. ATIVIDADE ESSA QUE INTEGRA -  COM A OBRA "SOBRE TODAS AS COISAS", APRESENTADA EM MOSSORÓ, NATAL E SANTA CRUZ - PROJETO PATROCINADO PELA COSERN, LEI CÂMARA CASCUDO E GOVERNO DO ESTADO DO RN.  
NO DIA 25 ESTAREMOS DANDO INÍCIO À PROGRAMAÇÃO DA SEMANA EM QUE SE COMEMORA O DIA TEATRO, 27 DE MARÇO, NO ESPAÇO AVOANTE DE CULTURA COM A OFICNA "LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO E DANÇA" PARA OS INTERESSADOS, INSCRIÇÃO GRATUITA! PRESTIGIEM! 

Terça dia 25 (manhã) Oficina "Laboratório de criação e dança" no Espaço Avoante;
Quarta dia 26 (noite) Espetáculo "Alguém que não eu para falar de mim" no Espaço Avoante

Local para inscrições na oficina: Fundação Cultural J.B.G. - Fundação Cultural José Bezerra Gomes, situada em frente ao Banco do Brasil.


Direção Artística: Anderson Leão
Coreografia: Mario Nascimento (Sobre Todas as Coisas)
Coreografia: Anízia Marques (Alguém que não eu para falar de mim)
Produção Executiva: Celso Filho
Assistente de Produção: Carol Carvalho
Desenho de Luz: Ronaldo Costa
Operação de Luz: David Costa
Consultoria de Projetos: Ana Paula Medeiros
Assessoria de Comunicação: Gustavo Farache
Imagem: Rodrigo Sena Sena
Edição: David Costa
Elenco: Rozeane Oliveira, Marconi Araujo, Wilson Macário, Aldecira Jania, Minotti Rodrigo, Filipe Matias, Joselma Soares e Rudson Bolcante.


quinta-feira, 6 de março de 2014

ESTUDO FISIOLÓGICO DA FANTASIA "COMPRA DE VOTOS"

Estudos realizados pelos cientistas na quarta feira de cinza fez cair por terra a teoria que a fantasia "Compra de Votos" era um ser único, que tinha o mesmo esqueleto. Tudo bem que essa lógica foi construída ao longo do tempo desde quando surgiu a iniciativa privada, passou pelo Egito, Roma, Idade Média, surgiu a burguesia, o capitalismo, o coronelismo, José Agripino e, agora, graças a um médium se conseguiu desvendar o mistério. A explicação para o fenômeno é a seguinte: de tanto o político manter-se escanchado sobre o eleitor criou raiz e esta se calcificou ou se fossilizou, mas na verdade são duas pessoas, humm, melhor, quase duas pessoas.










Esse tipo de monstruosidade dá sinaL que pode vir a ser extinta como ficou patente na experiência feita pela secretária de saúde de  Currais Novos, a senhorita Tércia Lêda não permitiu mais a distribuição de medicamentos para os vereadores assistirem seu eleitorado, procedimento comum até então. Claro, ela foi deposta, mas o legado permanece. Esse procedimento, democrático, como SUS orienta, rompeu com as raízes da política tradicional, revelando que o eleitor pode se desprender da injunção de políticos desonestos. Faz pouco mais de um ano de bons resultados, teremos eleição nesse ano e já vimos um desses bichos no carnaval de Currais Novos, eles adoram currais. Vejam a foto:
A foto deixa clara a abordagem, o político procura a vítima na casa dela, oferece um medicamento, pode ser dinheiro, pagamento de faturas, exames, depois é só se aclopar. Ele faz o que quer, criando uma dependência doentia e simbiótica em que ambos os indivíduos se satisfazem.
Nesta outra foto ele cumprimenta Tércia Lêda sem saber, imagine, ele estava diante de seu antídoto.
Agora ele cai na folia agindo normalmente, se esbaldando no cortejo popular.
Nesta próxima foto ele encontra outros políticos, mas que não aprenderam a fazer essa simbiose, essa tecnologia está muito ligada a forma tradicional de fazer política. O remédio tem um nome singular: VOTEMIM.


O ARRASTÃO DO BOI POR PAULO GOMES

E TUDO TERMINA EM CINZAS,
Confetes e serpentinas
                                                                                                                 Por Paulo Gomes

Não tive o prazer de participar dos festejos carnavalescos de nossa cidade. O Arrastão passou e eu passei – quase em brancas nuvens. A exceção a ausência total aos festejos foi o tempo que passei com meu filho e alguns amigos no espaço próximo ao palco. Isso na segunda, com a grata surpresa de Jonas Linhares a encantar-nos com sua proposta musical consonante com os objetivos do Arrastão: carnaval cultural. Isso parece uma redundância equivocada. O carnaval é cultura em si. Talvez quando cada um dos idealizadores pensou na proposição carnavalesca, buscavam o reavivamento de uma proposta que viesse de encontro ao povo e neste tivesse suas bases de consecução. É bem isso que vem acontecendo. Passo a passo o nosso carnaval vai procurando (re) descobrir sua face ou sua máscara que essencialmente terá no povo seus personagens principais na figura de foliões a ocuparem todos os espaços que se permita ocupar.
Nos demais dias, pulei o carnaval com os olhos a saltitar com os comentários postados nas redes sociais pelos foliões dos Currais. Ficava feliz com a alegria das muitas percepções positivas relacionadas ao nosso carnaval que tem no Arrastão do Boi o seu sinônimo, seu símbolo que denota uma possível identidade carnavalesca a ser nossa fantasia nestes quatro dias de profanidade consagrada à alegria.
Baile de máscaras na sexta – uma pretensão de resgatar a festividade de clube, Dodora Cardoso no sábado e domingo (que venha nos próximos anos), Dia do Contrário na segunda. Nesse dia, em particular, provoquei minha esposa a participar junto comigo da ideia, porém, questões de saúde na família não permitiram nem seguir adiante com os estudos para figurino. Jonas Linhares subiu ao palco na noite desta mesma segunda. Khrystal na última noite de folia – a grande atração. Cinzas por vir, ainda na terça de carnaval.
(...)
Uma breve pausa para tentar entender os comentários que destoaram da festa, da alegria, da percepção de carnaval popular. Num primeiro comentário de uma querida amiga, havia uma referência a “apropriação indébita” por parte de um grupo específico
de conotação política partidária que a questionara se havia mudado de lado por está participando do festejo carnavalesco – coisa esquisita, comentário igualmente esquisito; conhecendo cada um dos idealizadores da ideia do Arrastão e seus objetivos, eximo-me de contra argumentar ao exposto por minha amiga, afinal, o carnaval é do povo e assim sei que os idealizadores o percebem. Mais leituras adiante e percebi um ecoar de textos dissonantes com a expectativa de uma Khrystal linda, leve e solta na sua arte de cantar e encantar. Parece que houve um desencontro, um desencanto. Não entendia todo o burburinho potencializado nas redes sobre um chilique de “estrela global”, ou fazia de conta não entender. Simplifiquei o pensamento em: “Ela não estava num bom dia, certamente!”. Mas, tinha que ser logo na terça de carnaval? Sobre o palco que se constrói dos sonhos destes nossos artistas cheios de vontades nossas de alegria, de vontades deles mesmos de reavivar, como já disse antes, a festa do povo, para o povo?
É, mais continuamos caminhando aos pouquinhos. O percurso parece ter sido maior nesse ano. A festa se agiganta devagarzinho, como deve ser os exercícios de construção do fazer cultura, do viver cultura. Acho que estamos no caminho certo, tirando o errado que estava ali ao lado a estourar nossos tímpanos sob a hedionda denominação de paredão. Algo a se pensar para os próximos anos. Porém, isso é outra história. Na avaliação, com certeza, muitos pontos serão elencados e discutidos e novos caminhos apresentados. No fim, confetes, serpentinas e sons de músicos na trivela, na voz de Dodora, de Jonas e até mesmo de Khrystal, excetuando a sua fala que não nos faria qualquer falta como o faz sua música, sua arte. Não menosprezarei a artista, pois assim estaria menosprezando seu fazer artístico. E neste dia de cinzas de carnaval, as serpentinas e confetes é o que na verdade nos sobra como prenúncio do que virá e como sinônimo de que foi bom – apesar de todo pesar e tanto pesar promover a alegria de todos indistintamente. E a alegria está logo ali no Arrastão do Boi. E, da próxima vez, quero também ser arrastado pela felicidade profana desses dias e desse Boi.

terça-feira, 4 de março de 2014

AVOANTE: CARNAVAL COM CRÍTICA SOCIAL








... E, de repente, no meio da folia do último dia de carnaval, eis que surge uma figura misteriosa se deslocando rumo ao Arrastão do Boi. O que seria?















... Que misteriosa criatura seria essa afinal de contas?






Compra de votos


...Então, o mistério se desfaz e vemos surgir no meio dos foliões uma irreverente fantasia, que resgata outra tradição dos carnavais da época do Arrastão da Gorete: a fantasia de teor crítico.  





Fantasia: “Compra de votos”


Autores: “artistas da Associação Avoante de Cultura”