sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O LEGADO DE TÉRCIA LÊDA


Há muito que conheço Tércia Lêda, e desde sempre ela foi extremamente combativa, lutando sempre o bom combate. O bom combate, aquele onde as pessoas buscam de maneira honesta a justiça na sua forma que se evidencia na bondade. O outro lado, luta numa guerra que desmerece a natureza humana onde a busca de uma sociedade igualitária não é de forma alguma percebida.
Vi recentemente minha amiga Lêda, nos dias que talvez se configurem nos mais dramáticos em sua vida, senão mais dramáticos que a própria vida que nunca lhe foi fácil. Ela me dizia que estava “deixando” a secretaria de saúde ao mesmo tempo trazia em si uma felicidade pelo trabalho desenvolvido ao longo de um ano de intensa luta. Aquilo me causou extrema surpresa. Porém, nem ela mesma sabia o motivo de sua saída. E isso tudo justifica minhas palavras iniciais neste texto.
Lêda trouxe um norte à secretaria municipal de saúde que se pautou tão somente nos princípios elencados pelo próprio SUS: universalidade, equidade, integralidade, descentralização, resolutividade, regionalização e hierarquização e participação popular. Desfez a imagem atrelada a secretaria de saúde que se pautava aos olhares estranhos ao próprio sistema do uso dos serviços públicos em saúde como moeda eleitoreira, onde se utilizava os serviços oferecidos como favor dos caciques (ou dos próprios índios) – políticos medonhos dos nossos Currais.
Nós, pobres mortais, vivemos sob a sombra da exploração nos mais distintos momentos de vida por parte destes senhores e senhoras do poder. As máscaras de sorrisos fáceis e falsos haverá um dia de cair por terra. Lêda trouxe o contraponto, o diferente, enfim, o honesto nas práticas todas que se precisa ter quando lidamos com o que é público. Lêda foi exceção, não regra as práticas desonestas que se verifica nos meandros do poder.
Não há nela uma perfeição, nem trago isso no que proponho aqui. Há o sonho que se consubstancia pelo que lhe é inerente: a ideia de transformar as práticas administrativas em atos com reflexo social perceptível. O caminho foi iniciado, outro haverá de dar continuidade ao mesmo, no caso o atual vice-prefeito João Gustavo, sendo assim, acredito que o caminho continue. Porém, até quando?
Ainda, certamente, haverá aqueles que continuarão explorando os necessitados de uma consciência profunda de política – não a política das bandeiras, mas aquela que se constrói pela necessidade de uma sociedade justa (Lêda trazia isso em si). Haverá os que lutarão numa guerra suja de desejos de poder, aqueles que ainda tentarão dificultar os caminhos que talvez agora seja percorrido por João Gustavo e seus colaboradores. João é amigo de Lêda e sabe do trabalho construído em um ano que ela esteve a frente da secretaria de saúde e que está para além de décadas do que não se fez pela saúde de cada uma destas pessoas de dentro dos Currais.
Os outros espreitam por entre os corredores do poder. Estão sempre presentes nas reuniões de gabinete, sempre sorrindo, sempre dizendo que fez o que nunca faz, sempre com suas pseudo auras de bondade, sempre os mesmos de sempre – hora juntos com uns, hora juntos com outros que antes lhes eram adversários ferrenhos. Porém, com a mesma fome de poder de sempre. Eis os Alves, Maias, Rosados e os nossos sobrenomes próprios de dentro dos Currais que não me deixam mentir.
Lêda nos deixa na secretaria de saúde um legado de possibilidade de se caminhar nas searas da honestidade e nas possibilidades de sempre se fazer mais por quem mais necessita. A Lêda, um grande abraço e o sentimento de regozijo pelo trabalho de pura competência, honestidade e, acima de tudo, humanidade no espaço de um ano a frente da secretaria municipal de saúde. A João Gustavo os votos de um caminhar fortalecido pelos desejos de continuidade ao que já foi implantado e pelo que ainda virá de bom a partir do pensamento e conhecimento de Lêda, que deixa um legado de vitória sobre os que tentam desencaminhar as transformações que seguem nos distintos espaços do nosso país e que não deixam nem os Currais de fora. 

                                                                     Por Paulo Gomes

Um comentário:

  1. Amigo João Antônio como sempre lúcido e de uma inteligência impar.Corroboro todas as suas palavras em gênero,número e grau.José Almir Amaral do Rêgo.

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