sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SHOW DE JARLENE MARIA


JARLENE MARIA NO ESPAÇO AVOANTE

Entusiasmado com o show de logo mais a noite. Quem conhece bem da boa música sabe do que eu estou falando. Jarlene Maria foi sucesso nacional no final da década de 70 e início dos anos 80, chegando a gravar ao vivo no Teatro Tereza Rachel, no Rio, após um longo período fora dos palcos Jarlene fará mais um show em Currais Novos, sua cidade natal, Ela receberá amigos e convidados numa noite memorável no Espaço Avoante. O cenário é assinado por SanThiago Brenno, coreografia de Jairson Barros, executadas pelo bailarino Alladson Michel, o show tem a produção musical de Francínio e da própria Jarlene e a iluminação por este outro admirador do trabalho dela que vos escreve. O show está lindo, tem o nome "Cheiro de Saudade". 
Texto publicado no face book do ator e diretor de teatro Adriano Nunes

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O RESGATE DOS CÃES.

 
Cinema Secreto: Cinegnose: A bomba semiótica do resgate dos cães de laboratór...: Em tempos de atmosfera politicamente mais leve, certamente o resgate por ativistas de 178 cães de um instituto de pesquisas farmacêutica...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

INCIDENTE GASTRONÔMICO, CURRAIS NOVOS - RN



Se existe um Olimpo só no mundo mítico, ontem em Currais Novos ensaiou-se um. Uma plateia composta de vários semideuses da música como: os maestros Bembem da filarmônica de Cruzeta, João da Banda secretário de cultura de Carnaúbas dos Dantas, André Vicente da orquestra sinfônica da UFRN, maestro Camilo Henrique de Santa Cruz e outros artistas do cenário cultural do RN assistiram o lançamento do projeto  Vinicius - Uma Canção pelo Ar... Projeto Parcerias Sinfônicas do SESC com a Orquestra Sinfônica da UFRN.

O ambiente estava propício para um bom espetáculo, apesar do espaço limitado destinado à plateia, que ficou restrita devido as mesas destinadas ao evento de gastronomia que acontecia simultaneamente. Isso, de certa maneira, restringiu o público, pois não tinha espaço para sentar e apreciar o evento musical, a não ser nas mesas ou atrás das barracas em torno do largo do Tugstênio.

Logo no início um incidente, ou performance de protesto aconteceu. Não estava previsto se considerarmos uma leitura superficial, mas o fato é que existe uma causa profunda para tal. Nosso inestimável artista curraisnovense  Francinaldo Moura se posicionou contrário que a banda de música Maestro Santa Rosa tocasse fora do palco na abertura do referido evento. Para os que acompanham a saga sofrida desta banda, patrimônio cultural do município, compreendeu sua atitude e aprovou.  E tudo estava bem à vista, a começar pelo um fardamento que não existia,  embora os Guarda Mirins do nosso município já tem o seu. Considerando também que o espaço não era suficiente para formação da banda, dispor os músicos.

Após este acontecimento, o Quarteto de Clarinetas Sons da Serra iria fazer uma execução acompanhado do percussionista Francinaldo Moura, o mesmo que referimos acima. Novo impasse se deu, o quarteto não se apresentou, pois foi exigido que Naldinho, o Moura Silva, o tal Francinaldo não se apresentasse, como retaliação, segundo informações dos participantes do quarteto.    

A seguir tivemos o espetáculo em homenagem ao centenário de Vinícius de Morais que tirando o cerimonial de abertura com as autoridades quase romanas no seu início e o cheiro de carne que não vinha dos anfiteatros romanos e sim das barracas em volta, foi inesquecível . As cantoras líricas surpreenderam pela capacidade de interpretação devido às condições técnicas do canto.  O espetáculo foi apresentado segundo as estações do ano, intercalado por interpretações de textos de Vinícius de Morais. O final, a apoteose, todos os cantores entram em cena fechando a noite com brilhantismo. 


domingo, 6 de outubro de 2013

IMPRESSÕES SOBRE A OBRA DE ARTE



O meu primeiro contato com a música instrumental aconteceu na disciplina de música na UFRN, curso de Educação Artística. O professor pediu para relaxarmos na cadeira, fechar os olhos, ligou o aparelho de som e nos fez escutar “Triângulo das Bermudas” de Tomita. Após, fomos solicitados a relatar a experiência e verificou-se que todos os depoimentos haviam algo em comum: as imagens construídas para explicar o que sentíamos eram permeadas de semelhanças, muitas vezes só os termos empregados faziam a diferença.  Assim, podíamos perceber, claramente, que na mensagem artística havia uma intenção, constatada na receptividade da obra.
Dilatando essa experiência, penso que esse “comum”, referido acima, é formado pelos padrões estabelecidos pela nossa cultura. Assimilamos os sons, ruídos das coisas, uma porta rangendo, a onda do mar quebrando, uma explosão, etc. Sons que remetem a suavidade, agitação e outros, nos leva a associá-los a eventos da nossa experiência de vida em sociedade.O sentido do mundo dá-se mediante o reconhecimento dessas referências que são compartilhadas pelos outros membros em nossa realidade. Nos aproximamos, então, ao entendimento de uma ideia de código devido ao convencionalismo estabelecido de informações, estruturadas em nossa vivência social.


Sabemos que a obra de arte precisa ser apreciada, esse é o seu fim, ato que a completa e isso se dá pela mediação do sentir e do pensamento do espectador. Nesse processo são usados os padrões codificados, as referências que detemos que constroem a noção de mundo, citado acima.
Então, o modo como elaboramos os sinais criados para representar uma obra de arte, como os dispomos,  organizamos no corpo da mensagem, tudo está subordinado a uma intenção e deve-se cumprir sua viabilidade: comunicar, adequá-los melhor possível para alcançar seu objetivo, de maneira que chegue ao consumidor que, por sua vez, operará a receptividade.  Essa forma de “como” é a parte estrutural  da obra. A forma submetida à intenção.
Mas, existe situação que os artistas valorizam mais o processo formal, o importante é o ato criador, a receptividade, ela esta livre para ser recebida da forma que quiser.
O que é importante notar que uma obra de arte possui uma intenção e estrutura formal que a viabiliza. Lembrar, também, que a receptividade da obra depende da abrangência de entendimento de cada espectador que utiliza padrões entendimento comum em nossa vida em sociedade para efetuá-la.
Deste modo, consideramos ao apreciar uma obra de arte o meio como ela nos chega, a estrutura formal, o corpo da obra. Observo se ele atinge seu objetivo: sensibilizar quem a contata. Geralmente, esse corpo é sustentado por um esquema de sinais, representações relacionadas, criando um sistema orgânico, dependente, que permite o nexo da mensagem. Me faltou isso, ontem, ao assistir o espetáculo Rio Cor de Rosa da Companhia de Dança do Teatro Alberto Maranhão que se apresentou no Espaço Avoante de Cultura, identificar um corpo.
Tal situação, geralmente, acontece quando deparamos com obras com tendência mais contemporânea, a estranheza do não reconhecimento com os padrões de entendimento da realidade usado por nós, é natural. Assim, não conseguimos acessar seu código, reconhecê-lo o suficiente para uma leitura satisfatória.
Procurei perceber um corpo, esquema estrutural que regesse o fluxo de algo que fosse ela mesma, identificável, senti dificuldade. O meu foco não era dirigido, enquanto me detinha procurando assimilar a expressão de um movimento, outro adiante, atrás, frente me capturava e impedia a completude. Seria esse o corpo? Mas nesses intervalos incompletos, surgiu um elemento destrutivo: a dispersão, quebrando a continuidade. Me esforçava sempre para voltar, me concentrar, entrar no jogo, na proposta. Perguntei a outra pessoa, quando terminou, como foi a receptividade nesse sentido, afirmou que havia se concentrado.
Hoje, no dia seguinte, pergunto o que esta experiência deixou em mim? Revejo o espetáculo como uma textura, facilitado pela  inviabilidade do foco, hierarquia de valores que dirigisse a atenção do espectador que possibilita o tempo indispensável para assimilar as representações construídas com os movimentos.
Recorro ao início do modernismo quando o cubismo inaugura a necessidade do título para direcionar o sentir e entendimento da experiência pictórica, o que não acontece com o título Rio Cor de Rosa que se configura  como mais um elemento enigmático para ser decifrado. Acho que seria preciso assisti-lo mais de uma vez, me familiarizar com seus elementos compositivos para poder processar melhor seu código expressivo que, por enquanto, me foge.
Às vezes tenho a impressão que existe uma preocupação muito grande por parte de alguns  artistas em ser atuais, esquecendo a finalidade da obra de arte, aquecer a alma. Talvez seja culpa do egoísmo, frio, do homem, centrado no próprio umbigo, canibais de si mesmo, valoriza o processo formal pensando na repercussão da performance, necessidade do reconhecimento, de mostrar-se atualizado, à frente. À frente de quê se não consegue acrescentar algo ao outro, uma conexão se quer. 
Quando vou assistir de novo?

sábado, 5 de outubro de 2013

DANÇA NO AVOANTE

Hoje as 20 h no Espaço Avoante de Cultura - GRATUITO! Não vamos perder!
CONFIRA NO YOUTUBE

"SERIDOLENDAS'

Paula Érica antecipando o show.
Assisti ao show de lançamento do CD "Seridolendas" foi um provilégio imensurável, principalmente devido a coragem dos nossos heróis,  produtores culturais que buscam a transformação da sociedade para melhor, que nadam contra a corrente de lama que é a música voltada para as massas, a que predomina nas festas "populares" no nosso município, em que se investem rios de dinheiro público visando o empobrecimento da sensibilidade da nossa população. O sentimento de felicidade pairou sob as asas do acolhedor Avoante, por que é preciso ir adiante, além, se desapegar das convenções e padrões que nos prendem a mesmice intitulada curraisnovice, vírus danoso, latente em todo indivíduo que não consegue ver nada a frente, a não ser a porteira dos currais. Wescley conseguiu nos elevar e nos fazer ver do alto, noutro ângulo a música, criando um contraste especial capaz de nos gratificar de beleza. Postura comum a todos aqueles que tornam a natureza humana numa paisagem solidária, compartilhada, e que nos abriga por instantes à experiências diferenciadas. Excursionamos em seu universo sonoro, as vibrações dos solos de sua guitarra solicitavam uma atenção existencial que reforçada pelo compasso da bateria e baixo permitiu nos sintonizar ao fluxo dos nossos impulsos emocionais.Isto é, fomos tomados e contagiados pela sua música.  Foi um voo na terceira pessoa do plural, coletivo. Apreciei, então, o quanto era revelador aquele instante, Wescley foi aluno das nossas oficinas de desenho,  no período  que estávamos construindo o Espaço Avoante de Cultura e ele, ali, no palco, nos presenteava com sua obra musical, sua produção, sua contribuição a humanidade. 
Wescley J. da Gama