terça-feira, 30 de julho de 2013

QUAL O CAMINHO PARA A DIVERSIDADE CULTURAL NOS CURRAIS?

Na II Conferência Municipal de Cultura de Currais Novos, realizada no último dia 10 de julho, a Associação Avoante de Cultura se fez representar em um dos eixos temáticos do evento, que tinha por objetivo indicar propostas para o fortalecimento e a democratização da cultura nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Somente no âmbito municipal do eixo “Cidadania e Direitos Culturais”, composto por produtores culturais da cidade, saíram 12 propostas no sentido do fortalecimento e democratização da cultura local. A partir de suas experiências, os componentes do eixo indicaram proposições que de um modo geral apontaram a necessidade de se identificar, estimular e difundir nossa diversidade cultural, por meio da criação de espaços físicos e simbólicos que possibilitem a valorização e o acesso, a produtores culturais e ao público, aos nossos bens culturais em toda sua diversidade. Nesse ponto nos deparamos com uma fundamental questão: qual seria nossa identidade cultural e, por conseguinte, que diversidade ela apresentaria? Se pensarmos nas experiências de produtores culturais locais, a exemplo de violeiros, poetas, atores, brincantes, músicos e de grupos organizados como o Casarão de Poesia e a Associação Avoante de Cultura, vemos sim uma experiência que visa contemplar uma diversidade cultural, seja ela literária, cênica, plástica ou musical. Mas, e quando olhamos para os espaços (de poder) historicamente mais prestigiados em Currais Novos, o que percebemos? Que em nosso extenso e badalado calendário festivo, ao invés de se contemplar uma diversidade cultural, o que predomina é uma cultura de massa, com pouco espaço para a diversidade local. Dessa forma, podemos vislumbrar que, para uma mudança efetiva em nosso cenário cultural, se apresenta a necessidade da superação de certas estruturas sociais e espaços de poder, tão cristalizados em nossa realidade. Vislumbra-se também que a experiência de democratização e diversidade será encontrada em nossos movimentos cultuais. 

Eidson Miguel

Um comentário:

  1. Concordo plenamente Eidson Miguel, necessitamos de uma espaço coletivo, digno e adequado para realização de exposições de arte. E antes de tudo, uma consciência abrangente desta e de sua capacidade transformadora. Parece-me uma luta constante e antiga de tentar incutir nas pessoas essa mentalidade, pois sabemos que é lento e árduo o processo de mudança, porém a cada ação nesse sentido estimulada e valorizada é um caminhar para outra realidade.

    Ilka Pimenta.

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