quinta-feira, 3 de maio de 2012

HQ PUBLICADA EM 2001



SEGUE HQ INSPIRA NA MÚSICA "GENI"









COMENTÁRIO:

Apesar da história registrar a separação da igreja do Estado, ainda estamos esperando chegar nos currais esse dia auspicioso. A esse Estado dá-se o nome de laico que trata seus cidadãos por igual, garante a liberdade religiosa e filosófica se resguardando do controle e a interferência religiosa em questões de controle político.
É evidente o trato que o poder local dispensa a religião dominante, percebido nos discursos religiosos vigentes. Sendo notória, tambem, a distribuição de cargos administrativos aos seus representantes, configurando-se, desse modo, em incubadora de grupo político local.   
No cerne da questão está a ilusão do poder: religiões e grupos políticos, que no nosso município são representados por grupos familiares, impõem-se como absolutos. Como ilustração dessa realidade, ainda ecoa na minha memória um refrão cantado em procissão que dizia: “Piriri, piriri, é Sant’Ana em passeata, piriri, piriri é Sant’Ana ninguém empata”. Quantas festas do agricultor vimos alas de políticos montados em seus cavalos, ou vice e versa. E a Festa de Santana? Quem não já se incomodou com os sermões religiosos recheados de orientação política?
Desse modo, “Trilha Sonora”, HQ de 2001, baseada na música “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque de Holanda, ainda não saiu das top 10 do momento, tendo em vista que a abordagem a respeito do Estado/religião ainda causa controvérsias nos dias atuais. A sociedade aturde-se às forças espúrias oriundas das oligarquias coronelistas que maculam os princípios de democracia. Lembrando que o Estado laico nasceu com a revolução francesa com o ideário de “liberdade, igualdade e fraternidade” no século XVIII. Conceitos que são, em tese, defendidas pelas religiões, repositório da moral e dos costumes sociais, mas em sua grande maioria, na prática, não os aplicam. 
A constituição brasileira faz menção a Deus, contempla princípio de ordem transcendental e valores moral, conjugando-se com as tradições religiosas. O Estado, portanto, deve ser conduzido em uma relação de harmonia entre as partes, baseado na probidade e na justiça combatendo a intolerância, exploração e a corrupção. Sentido que não encontra ressonância  com as posturas política/oligárquica/religiosas local.

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